Camadas de sujeira cobrem praia central de Ubatuba após chuvas; veja como ficou
Prefeitura da cidade do litoral norte paulista diz que fenômeno é raro; retirada de detritos começou nesta terça
As chuvas intensas que atingiram o litoral norte de São Paulo no último fim de semana carregaram grande quantidade de detritos para o Rio Grande, que deságua na Praia de Iperoig, em Ubatuba. O curso d'água nasce no Parque Estadual da Serra do Mar e toda a matéria orgânica de manguezais, misturada com folhas, gravetos e galhos da floresta, bem como o lixo produzido em comunidades ribeirinhas, foram levados para a praia. Grande parte da faixa de areia ficou coberta pela sujeira.
A Praia do Iperoig, também conhecida como Praia do Cruzeiro, fica na região central de Ubatuba e, segundo a prefeitura, o fenômeno do acúmulo de detritos é raro e decorre de eventos extremos, como a grande quantidade de chuvas. A retirada da sujeira foi iniciada nesta terça-feira, 5, por equipes da Secretaria de Infraestrutura do município. A previsão é de que os serviços sejam concluídos nesta quarta, 6.
No fim de semana, o temporal também provocou bloqueios de estradas na região de divisa entre São Paulo e Rio. No litoral sul fluminense, ao menos 18 pessoas morreram por causa de deslizamentos em Paraty e Angra dos Reis. Nessa região, parte das praias também foi bastante afetada pelas chuvas. A Praia de Itaguaçu, em Angra, foi praticamente soterrada.
Em Ubatuba, o Rio Grande é usado para abastecimento da cidade. Conforme a gerência local da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o entulho composto de lama, pedras e galhos, entre outros materiais, chegaram a obstruir a captação, mas foi retirado por equipes de plantão, garantindo assim a continuidade da produção e abastecimento no município de Ubatuba. Em toda a cidade, apenas 88 imóveis da região da Barra Seca estão sendo abastecidos com caminhões-tanques, após danos provocados pela chuva na rede que abastece o bairro.
Ubatuba entrou em estado de emergência por causa dos temporais, que atingiram um acumulado de quase 600 milímetros - o dobro da chuva esperada no mês inteiro - em apenas três dias. Conforme a prefeitura, as equipes trabalham na desobstrução de vias e acessos que ainda mantêm populações isoladas, com a comunidade do Camburi.
O acesso ao bairro ainda é feito apenas com barcos e aeronaves. Trechos da rodovia Rio-Santos continuavam com faixas interditadas pela queda de barreiras. À tarde desta terça-feira, 5, sete famílias ainda estavam fora de casa, abrigadas em uma escola. Nesta terça, a prefeitura manteve a interdição na Estrada do Almada, que está interditada desde sábado, 3, devido ao risco de novos deslizamentos.