Câmera no uniforme de PM registra rendição de GCM que matou secretário de Osasco
Secretário-adjunto foi atingido por quatro disparos; o guarda municipal segue preso
A câmera corporal de um policial militar registrou o momento em que o guarda municipal Henrique Marival de Souza, de 46, entregou-se após matar a tiros o secretário-adjunto de Segurança e Controle Urbano de Osasco, Adilson Custódio Moreira, de 53. O crime ocorreu na noite de segunda-feira, 6, na sede da prefeitura. O suspeito está preso.
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As imagens mostram um agente conversando com Henrique por chamada de vídeo, enquanto ele orienta como deve ser a sua saída da sala. “Mão para cima agora. Aquela porta que você bateu, você vai sair”, diz o policial.
Em outra gravação, outro agente dá as coordenadas. "Pode abrir tranquilo aí. A equipe vai falar com você na porta”, afirma ao guarda. Uma nova imagem registra o momento em que o homem sai da sala. “Pode abrir, Marival, a polícia está aqui. Levanta a mão, levanta a mão, vai caminhar para a sua direita", reforça o agente do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate).
O grupamento especializado conduziu as negociações da rendição do guarda junto com homens das polícias Civil, Militar e Guarda Civil Municipal. Os demais funcionários do prédio foram orientados a deixar o local, e os corredores ficaram interditados para a presença das autoridades. O GCM foi preso e conduzido à Seccional de Polícia.
O crime
De acordo com a administração municipal, o conflito aconteceu após uma reunião, convocada por Moreira no Paço Municipal, para anunciar mudanças. Ao final da reunião, Moreira informou que os guardas interessados em conversar em particular poderiam aguardar para serem atendidos.
Souza foi o último a se reunir com o secretário adjunto. Armado, aproveitou a oportunidade para rendê-lo, já que o secretário havia deixado sua arma em casa. Segundo a Polícia Civil, pelo menos oito disparos foram efetuados, e ao menos quatro atingiram o secretário.
De acordo com investigações preliminares, Souza se revoltou com uma mudança de funções determinada por sua chefia e anunciada por Moreira. Ele deixaria de integrar a equipe de segurança pessoal do agora prefeito Gerson Pessoa (Podemos) para retornar às ruas.
O laudo necroscópico ainda está pendente. Quando os disparos ocorreram, Souza estava sozinho com Moreira em uma sala na sede da Prefeitura, e ninguém soube dizer se o secretário foi atingido imediatamente. O atirador permaneceu trancado na sala enquanto negociava sua rendição com policiais militares. Por volta das 19h30, ele concordou em se entregar. O secretário adjunto já estava morto.
Nesta terça-feira, 7, durante audiência de custódia, a Justiça converteu a prisão em flagrante do guarda em preventiva.