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Câmeras registram PMs arrombando porta de adega e agredindo pessoas; entenda

Caso aconteceu em periferia de Ribeirão Preto, em São Paulo; Corregedoria da Polícia Militar investiga o caso

22 set 2024 - 23h28
(atualizado às 23h40)
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Foto: Reprodução/Fantástico/Globo

Agentes da Força Tática da Polícia Militar de São Paulo arrombaram a porta de uma adega e agrediram diversas pessoas que estavam no estabelecimento. Nenhuma delas – que envolve mulheres e crianças – apresentou resistência. Toda a ação foi gravada por câmeras de segurança, cujas imagens foram obtidas com exclusividade pelo Fantástico. O caso aconteceu na periferia de Ribeirão Preto, em São Paulo. A Corregedoria da Polícia Militar investiga o caso.

Tudo aconteceu ao longo da madrugada do último domingo, dia 15. Conforme mostrado pelo Fantástico, por volta de 2 horas da madrugada, jovens estavam aglomerados na rua e o barulho incomodou a redondeza. Por conta disso, então, a Polícia Militar foi chamada. Os agentes jogaram bombas de gás para dispersar as pessoas. 

Depois, as imagens de segurança mostram agentes se posicionando em frente a uma pequena adega. O dono disse que não promoveu a festa na rua e que, com a chegada da polícia na redondeza e o corre-corre das pessoas, achou melhor abaixar a porta do comércio. Alguns clientes do estabelecimento ficaram do lado de dentro. E então começaram as agressões. 

Os PMs pediram para abrirem a porta da adega, segundo o dono, aos gritos e com ameaças de morte. “Eu falei: ‘Senhores, eu tenho um portão lateral. Se o senhor aguardar, eu abro. Mas, desse jeito que vocês estão, não tem como. Desse jeito que você tá falando que vão matar, vão matar… Eu vou abrir, vocês vão matar a gente’”, disse o homem, que não teve a identidade revelada, em entrevista ao Fantástico.

Os agentes da Força Tática começam a arrombar a porta, dando 37 chutes, e conseguem derrubá-la.

Ao entrarem, empurram o balcão e começam a agredir as pessoas que estavam no local. Pelas imagens, é possível observar que nenhuma delas ofereceu resistência – e, mesmo assim, foram alvos de agressões. Em nenhum momento, os agentes revistam as pessoas ou seguem algum protocolo do tipo.

Em uma das agressões, por exemplo, um cliente que estava no corredor da adega levou 17 golpes de cassetete. O último foi na cabeça, quando ele estava no chão e com as mãos para cima. “Esse rapaz começa a gritar pedindo pelo amor de Deus, pelo amor de Deus. E aí que ele começa a bater, bater, bater. E falou: ‘Nem Deus vai te livrar’”, relembrou uma testemunha do caso.

As agressões seguiram para uma sala onde estava a família responsável pelo estabelecimento. Os policiais agrediram o filho do dono e, após o homem e a madrasta do rapaz pedirem calma, agentes também agrediram o casal. Inclusive apontando a arma para a mulher.

“Chamava a gente de vadia, de vagabundas. ‘Cala a boca, sua vagabunda’. Tava eu e minha nora no momento”, contou a mulher. A nora também apanhou.

Foto: Reprodução/Fantástico/Globo

A adega era monitorada por mais de uma dezena de câmeras e, segundo as vítimas, as agressões aumentaram quando os agentes notaram que poderiam estar sendo filmados. “Eles pegam e falam: ‘Cadê a mídia das câmeras? Vou matar seus filhos. Você não vai entregar a mídia?’. Eu falei que não iria entregar porque eu não tinha”, contou o dono ao repórter.  Os PMs procuraram as gravações, mas não encontraram.

Em um último cômodo, não havia monitoramento. E, segundo o proprietário do comércio, foi lá que ele sofreu as piores agressões. No quarto estava seu outro filho de 6 anos e sua filha de 13 anos. A menina desmaiou.

Da ação, foram apreendidas cinco máquinas caça-níqueis. O comerciante e seu filho foram levados algemados à delegacia e agora respondem em liberdade por contravenção penal. 

O que diz a polícia

No boletim de ocorrência registrado na ocasião, já por volta de 6h50 da manhã, os policiais alegaram que houve “resistência ativa a abordagem, sendo necessário o uso de força física, a fim de diminuir a capacidade combativa das pessoas envolvidas”. 

Também foi descrito no registro que o dono da adega teria realizado diversos disparos de rojões e bombas em direção aos policiais e, posteriormente, se escondido no estabelecimento. A versão não reflete os registros das câmeras. 

Em nota ao programa, a Polícia Militar informou que “ao tomar conhecimento das imagens, determinou a imediata investigação dos fatos”. Em meio a isso, os agentes envolvidos foram remanejados para funções administrativas. 

“A instituição não tolera excessos ou desvios de conduta, punindo com rigor toda e qualquer irregularidade comprovada”, complementam. A Corregedoria da Polícia Militar investiga o caso. 

Fonte: Redação Terra
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