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Cancelar o Réveillon depende de reunião, diz governo do Rio

Cláudio Castro fez anúncio em sua conta no Twitter horas depois de Eduardo Paes afirmar que festa já estava cancelada

4 dez 2021 - 17h49
(atualizado às 18h10)
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Queima de fogos no Réveillon de Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro
Queima de fogos no Réveillon de Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro
Foto: JOÃO LAET/ESTADÃO CONTEÚDO

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL) anunciou neste sábado (4) que uma possível decisão sobre o cancelamento do tradicional Réveillon na orla de Copacabana deve ser tomada nesta semana em reunião com o prefeito carioca Eduardo Paes (PSD). O anúncio foi feito na conta do chefe do Executivo fluminense no Twitter horas depois de o prórprio Paes ter afirmado, na mesma rede social, que a festa estava cancelada.

Esse pode ser o segundo ano consecutivo sem a festa que reúne mais de dois milhões de pessoas todos os anos na praia de Copacabana.

Paes escreveu na manhã deste sábado em seu perfil: "Respeitamos a ciência. Como são opiniões divergentes entre comitês científicos, vamos sempre ficar com a mais restritiva. O Comitê da prefeitura diz que pode. O do Estado diz que não. Então não pode. Vamos cancelar dessa forma a celebração oficial do Réveillon do Rio".

"Tomo a decisão com tristeza mas não temos como organizar a celebração sem a garantia de todas as autoridades sanitárias. Infelizmente não temos como organizar uma festa dessa dimensão, em que temos muitos gastos e logística envolvidos, sem o mínimo de tempo para preparação", completou.

O prefeito ainda afirmou temer pelo Carnaval. "Tomara que não precise cancelar o Carnaval, pela importância da cultura e da atividade econômica", disse Paes em rápida entrevista coletiva nesta manhã. Ele também afirmou que seria muito difícil voltar atrás na decisão, que foi motivada pela pandemia de covid-19 e pela chegada da variante ômicron do vírus que provoca a doença. Disse que os bares, restaurantes e quiosques estão liberados, mas que seriam exigidos passaportes de vacinas para frequentá-los.

Nos últimos dias, médicos e pesquisadores advertiam para o perigo de nova onda de contaminações que poderiam ocorrer - sobretudo após a chegada da variante ômicron - com a aglomeração de milhões de pessoas na praia e nas ruas, durante a festa. Na outra ponta, empresários do setor de turismo mantinham esperança em recuperar parte das perdas da pandemia, apostando na celebração deste ano.

Apesar da decisão, o prefeito convidou os turistas para visitar a cidade. Lembrou que os pontos turísticos, praias, restaurantes e casas de show estão funcionando normalmente.

O desencontro entre o prefeito e o governador foi seguido pelo anúncio de Castro segundo o qual os dois haviam conversado e decidido juntos esperar pela reunião a ser realizada durante a semana com a presença de técnicos de ambos os governos.

Durante a semana, Paes havia dito que ainda esperava mais informações para decidir. Na terça-feira (30), afirmou que a prefeitura não iria cancelar eventos sem informações para não criar pânico na população. "Quando a gente planeja, a gente consegue cancelar. Se tiver que adotar restrições, não será só no Carnaval. Se tiver que cancelar, vamos cancelar. Vamos planejar até o último momento. Para o Carnaval ainda tem muito tempo. Para o Réveillon, o (secretário municipal de Saúde Daniel) Soranz e o comitê científico (grupo que auxilia a prefeitura no combate à covid-19) estão olhando a situação. Vou seguir o que ele (Soranz) e o comitê científico determinarem", afirmou o prefeito, durante evento na zona portuária do Rio.

Estadão
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