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Cantareira precisa de "dilúvio", diz presidente da ANA

Segundo Vicente Andreu Guillo, chuva precisa ultrapassar limite histórico para retomar nível do início de 2014

13 nov 2014 - 12h49
(atualizado às 17h14)
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<p>Atualmente, o Cantareira está cerca de 20% abaixo do nível, enquanto registrava 25% positivos em janeiro de 2014</p>
Atualmente, o Cantareira está cerca de 20% abaixo do nível, enquanto registrava 25% positivos em janeiro de 2014
Foto: José Maria de Arruda / vc repórter

O presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu Guillo, disse nesta quinta-feira, que o sistema Cantareira, em São Paulo, precisa de um “dilúvio” para chegar a janeiro de 2015 no nível do mesmo mês de 2014. Segundo ele, os reservatórios precisariam receber, até o fim do ano, cerca de 500 bilhões de litros, o que dependeria de uma chuva superior ao máximo histórico para o fim do ano.

“Para chegar a janeiro do ano que vem precisamos de um dilúvio”, disse Guillo, em audiência na Câmara dos Deputados. Atualmente, o Cantareira está cerca de 20% abaixo do nível, enquanto registrava 25% positivos em janeiro de 2014.

<p>Na reunião em Brasília, convocada pelo deputado Guilherme Campos (PSD-SP), o presidente da ANA reclamou da transparência da Companhia de Saneamento de São Paulo, a Sabesp</p>
Na reunião em Brasília, convocada pelo deputado Guilherme Campos (PSD-SP), o presidente da ANA reclamou da transparência da Companhia de Saneamento de São Paulo, a Sabesp
Foto: Fernando Diniz / Terra

Vicente Guillo disse que as obras apresentadas na última segunda-feira ao Palácio do Planalto pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, são positivas, mas não resolvem o problema de forma emergencial. “As obras anunciadas pelo governo do estado numa perspectiva muito positiva com o governo federal resolvem a situação? Não. Essas obras entrarão em funcionamento, na melhor das hipóteses, em alguma coisa em torno de um ano ou dois”, disse.

Veja imagens de drone da retirada do volume morto do Cantareira:

Para a procuradora Sandra Kishi, que representou o Ministério Público Federal (MPF) na audiência, a crise hídrica que vive o Estado de São Paulo só seria solucionada com uma forte chuva durante 60 dias. “Esse dilúvio é a chuva de 60 dias, mas no volume da pior chuva dos últimos 6 anos. Aí nós vamos provavelmente restaurar a situação que estávamos antes dessa tormentosa crise”, disse.

Na reunião, convocada pelo deputado Guilherme Campos (PSD-SP), o presidente da ANA e a procuradora reclamaram da transparência da Companhia de Saneamento de São Paulo, a Sabesp. Segundo eles, o governo confiou na retomada das chuvas e evitou dizer aos cidadãos sobre a real gravidade do problema. O governo de São Paulo não mandou representantes para a reunião.

A procuradora disse que a Sabesp falta com credibilidade por que, segundo ela, a companhia mantém dados de reservatórios sob sigilo. "Há divergência entre os dados fornecidos pela Sabesp e aqueles constatados em vistoria de campo", disse. 

Sandra Kishi também disse que a Sabesp não pediu autorização da ANA para explorar o segundo volume morto do Cantareira. O presidente da agência ponderou, no entanto, que São Paulo utiliza essa parte do volume morto em apenas um dos reservatórios, que pertence ao Estado. 

Fonte: Terra
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