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Caso Apae: suspeitos de desvios milionários são presos após ex-presidente ser investigado por homicídio de funcionária

Operação da Polícia Civil investiga crimes de peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro por pessoas relacionadas à Apae Bauru

3 dez 2024 - 22h21
(atualizado às 22h58)
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Foto: Reprodução/TV TEM

A Polícia Civil de São Paulo deflagrou a Operação Apae nesta terça-feira, 3, prendendo preventivamente oito suspeitos de envolvimento em desvios milionários de recursos na Apae Bauru. Os alvos da investigação podem responder por peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Um deles é o ex-presidente da unidade, Roberto Franceschetti Filho, que já está preso desde agosto por ser apontado como autor do homicídio e ocultação de cadáver de uma funcionária da Apae.

A funcionária morta é Cláudia Regina da Rocha Lobo, de 55 anos. Ao Terra, o delegado Glaucio Eduardo Stocco, do setor de combate à corrupção, relembrou que ela foi dada como desaparecida em 6 de agosto deste ano e que chegou-se à conclusão que Roberto, então presidente da Apae, “seria o autor do homicídio e ocultação de cadáver da Cláudia" e que "a motivação desse crime seria um desentendimento entre eles por conta do desvio de recurso”, pontuou.

As investigações apontam que ela foi morta com apenas um tiro, que teria sido disparado por Roberto. No momento do crime, eles estavam dentro de um carro da Apae. Roberto foi preso no dia 15 de agosto. Segundo a Polícia, Roberto confessou, informalmente, o assassinato no dia em que foi preso. Porém, em depoimento formal, ele negou a acusação. 

Vídeo mostra presidente da Apae trocando de lugar com funcionária antes de assassinato em SP :

Foi o compartilhamento de provas desse caso, entre a Delegacia de Homicídios e o Setor Especializado de Combate aos Crimes de Corrupção, Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro (Seccold), da 1ª Divisão de Investigações Gerais (DIG), que fez com que a investigação em torno do desvio de recursos na associação tivesse sequência.

De acordo com a Polícia Civil, entre os alvos investigados pelos desvios estão familiares de Cláudia Lobo -- como sua filha e ex-marido que prestavam serviços de forma autônoma para a Apae Bauru. Sua irmã e cunhado, proprietários de uma empresa que comercializava produtos de limpeza, com vínculo com a Apae, também estão na lista.

Outros suspeitos de envolvimento nas fraudes que foram presos nesta terça são prestadores de serviço, fornecedores de produtos e funcionários do setor financeiro da Apae Bauru, assim como ex-funcionários que atuavam no setor.

Na Operação Apae também foram cumpridos mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Estadual Paulista em 15 residências e em três estabelecimentos comerciais pelas cidades de Bauru, Agudos, Pederneiras e Igaraçu do Tietê. Foram apreendidos telefones celulares, notebooks, veículos, joias, dinheiro e armas de fogo, assim como munições. 

Foi determinado o bloqueio de bens e valores de todos os investigados. Por meio de medida cautelar, também foi solicitada e liberada pela Justiça a quebra do sigilo bancário e fiscal dos envolvidos, informa a Polícia Civil.

'Cifras milionárias'

Com relação ao valor dos desvios, o delegado Glaucio Eduardo Stocco informa que ainda não há um número exato para ser informado, mas que “pela identificação dos relatórios de inteligência financeira que nós já recebemos do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), podemos dizer que são cifras milionárias”. Ele indica que 80% da verba da Apae Bauru tem como origem dinheiro público.

É o que a Apae Bauru transparece em seu site. Na página inicial do portal, por exemplo, é descrito que a instituição conta com financiamento de Políticas Públicas no âmbito federal por parte do Governo Federal, do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE).

Por parte do Governo do Estado de São Paulo, são indicados apoios da Secretaria de Saúde, da Secretaria da Educação, e da Secretaria de Desenvolvimento Social.

A Prefeitura de Bauru também é citada como fonte de recursos por meio da Secretaria Municipal de Bem-Estar Social, da Secretaria de Saúde e da Secretaria Municipal da Educação. A Prefeitura Municipal de Piratininga é outra listada, com destaque para a Coordenadoria Municipal de Assistência Social. Por fim, há uma referência à Prefeitura Municipal de Promissão.

Foto: Reprodução/Apae Bauru

A unidade informa atender quatro mil pessoas “com deficiência intelectual, física, visual, transtorno do espectro autista, necessidades educacionais especiais, bebês de risco e pessoas em situação de vulnerabilidade social”. 

O que diz a Apae

Ao Terra, a Apae Bauru declarou que irá aguardar a entrevista coletiva da Polícia Civil, marcada para a manhã de quarta-feira, 4, para obter mais informações sobre a investigação. Foi comunicado que a perícia contábil e financeira da associação, referente ao período de gestão de Roberto Franceschetti Filho, está em andamento – “e, assim como as investigações, segue em segredo de justiça”. 

É crucial compreender que os fatos foram cometidos pelas pessoas neles envolvidas, e não pela instituição. Assim, ressaltamos que a Apae Bauru segue prestando o serviço de excelência aos seus usuários nas áreas de Assistência Social, Educação e Saúde”, finaliza Maria Amélia Moura Pini Ferro, atual presidente da unidade, por meio de nota. Ela assumiu o cargo após a prisão de Ricardo, que ocupava a presidência.

A reportagem buscou um posicionamento da Apae Nacional sobre o caso, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. A defesa dos citados não foi identificada. O espaço segue aberto para manifestações.

Fonte: Redação Terra
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