Caso Marielle: os principais desdobramentos um ano depois
A vereadora do PSOL foi executada junto com Anderson Gomes no dia 14 de março de 2018
Marielle Franco, vereadora do PSOL, foi morta há exatamente um ano. Naquele dia 14 de março, a ativista de direitos humanos e o motorista do carro em que ela estava, Anderson Gomes, foram executados no bairro da Lapa, centro do Rio. Junto das duas vítimas estava também a jornalista Fernanda Chaves, assessora da vereadora, que sobreviveu ao ataque e diz considerar uma "vergonha" a falta de resolução do caso.
Acusados presos
Foi apenas nesta terça-feira, 12, dois dias antes do assassinato completar um ano, que ocorreu o principal desdobramento da investigação: uma operação conjunta do Ministério Público do Rio de Janeiro e da Polícia Civil prendeu o sargento da Polícia Militar reformado Ronnie Lessa e o ex-policial militar Elcio Vieira de Queiroz. Saiba quem são os presos acusados do crime.
Arma utilizada
Ainda segundo o MP, Lessa é o autor dos disparos de arma de fogo que mataram Marielle e Anderson. Uma reconstituição do assassinato provou em maio do ano passado que a arma utilizada no crime foi uma submetralhadora HK MP5. O outro acusado, Elcio, é apontado como o motorista do Chevrolet Cobalt, veículo usado no crime.
Apreensão de 117 fuzis
Em meio à investigação sobre os suspeitos, a Polícia Civil apreendeu, no dia da prisão dos dois acusados, o maior arsenal de fuzis já encontrado no Estado. Foram localizadas 117 armas modelo M-16 na casa de Alexandre Motta Souza, amigo do PM reformado Ronnie Lessa.
Mandantes e motivação
A defesa dos acusados diz não pensar em fazer delação premiada. A investigação sobre os mandantes e a motivação continua em andamento. Em entrevista ao Estado, a representante da ONU Birgit Gerstenberg ressalta a importância de que a apuração tenha continuidade para que sejam encontrados os responsáveis intelectuais do atentado e se descubra os reais motivos do crime.
Reinvidicações
Quando o assassinato de Marielle completou seis meses e,sem que houvesse nenhuma resposta, a viúva da vereadora, a arquiteta Mônica Benício, denunciou a demora na solução do crime na 39ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU. O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) confirmou a importância da investigação ser mantida sobre sigilo, mas pediu, no mês seguinte ao acontecimento, que as autoridades mantivessem o diálogo com os familiares da vereadora "para que eles possam ter mais tranquilidade de que o crime será desvendado".
Outros desdobramentos
Os dois acusados não foram as únicas prisões relacionadas ao caso, que já teve diversas linhas de apuração. Suspeitos de ligação com os assassinatos chegaram a ser presos, mas por acusações de outros crimes. Em junho do ano passado, o ministro extraordinário da Segurança Pública Raul Jungmann comentou as dificuldades para a resolução do crime. Na entrevista, um dos pontos citados por ele é justamente a complexidade de encontrar a razão do homocídio. "O círculo dos envolvidos é maior do que se pensava anteriormente", confessou.