Caso Marielle: quadrilha investigada tinha idosa gerenciando armas
Reportagem do 'Fantástico' revelou áudios de senhora de 88 anos citando Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora
Uma quadrilha de tráfico de armas do Rio, investigada pela Polícia Federal, tinha ligações com Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora Marielle Franco em 2018, e contava com o gerenciamento do armamento por uma idosa de 88 anos, revela reportagem do Fantástico exibida nesse domingo, 20.
A reportagem conseguiu áudios obtidos pela Polícia Federal que registrou uma conversa entre Ilma Lustoza e seu filho, João Marcelo de Lima Lopes - o Careca, em que o nome de Ronnie Lessa é citado. A idosa afirma ter reconhecido o suspeito após sua prisão por envolvimento no homicídio da parlamentar.
"Marcelo, esse Ronnie Lessa foi o que esteve aqui em casa, que me pegou pelo pescoço e me botou na frente dele pra sair aqui de casa, não foi? Agora que eu to conhecendo ele", diz Ilma no áudio.
Segundo a PF, a quadrilha forneceu armas para traficantes e milicianos do Rio de Janeiro por, ao menos, seis anos. Esse armamento chegava e era repassado através de Ilma em esquema montado na casa da idosa, localizada em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
No material obtido pela polícia, há mais conversas entre Ilda e Careca que revelam o gerenciamento desse armamento, bem como imagens de suspeitos chegando ao local e saindo com carregamentos.
A reportagem conversou com advogados de Ronnie Lessa, mas não houve um posicionamento pelo fato de a defesa não informações da investigação da PF. Já o advogado de Ilma Lustoza negou que a idosa tenha alguma relação com o tráfico de armas.