Cidadãos enfrentam caos com greve do Metrô e da CPTM em SP
Ônibus lotados e dificuldade de chegar ao trabalho são as principais reclamações de quem utiliza as linhas de transporte da capital paulista
A greve unificada da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) começou nesta terça-feira, 3, e já afeta a vida de vários paulistanos, que enfrentam ônibus lotados, trânsito além do normal, viagens por aplicativo mais caras e dificuldade para chegar ao trabalho.
A greve foi aprovada durante a noite deste segunda-feira, 2, pelos funcionários do Metrô, da CPTM e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). A paralisação das atividades deve durar 24 horas.
Situação do Metrô e CPTM:
• A paralisação afeta as linhas 1-Azul; 2-Verde; 3-Vermelha e 15-Prata do Metrô, assim como as linhas 10-Turquesa; 12-Safira e 13-Jade da CPTM;
• As linhas 4-Amarela; 5-Lilás, 8-Diamante e 9-Esmeralda, operadas pela ViaQuatro e ViaMobilidade seguem funcionando;
• As linhas 7-Rubi e 11-Coral da CPTM apresentam operação parcial, da Luz até Caieiras e da Luz até Guaianases, respectivamente. Algumas estações das linhas, como a Francisco Morato e a de Mauá, que estão fora da rota de operação parcial, amanheceram fechadas, segundo imagens veiculadas pela TV Globo.
Preços elevados e vias alternativas lotadas
Algumas pessoas tentaram driblar a greve, como o caso da técnica de enfermagem Katia Angelina, de 38 anos, moradora do Jardim Santo Antônio. Ela tinha a ideia de pedir um carro de aplicativo às 5h, para ir até o trabalho em Indianópolis, na zona sul, mas foi surpreendida pelo preço da corrida, que estava em R$ 170.
“Não tinha como pagar isso, então vim de ônibus para a Estação Corinthians-Itaquera para tentar carro de aplicativo daqui”, afirmou. Na estação, que estava mais cheia que o normal, o preço da corrida estava R$ 70, e ela teve que tirar do própria bolso, já que não tinha como faltar.
As filas na área externa da Estação Corinthians-Itaquera estavam imensas, com passageiros disputando por um espaço para embarcar nas linhas de ônibus. Por esse motivo, empresas chegaram a disponibilizar fretado para que os funcionários pudessem chegar ao trabalho. A dificuldade estava em também pegar esses veículos, pois a demanda também é grande.
Você que gosta de privatização vem andar de via mobilidade uma semana, se não morr3r de 0d10 ou de 3stress3 ou pelas falhas do mesmo quero ver se continua pensando do mesmo jeito!
A greve é um direito do trabalhador sr Tarsicio. #ForaTarcisio #greve #CPTM #Metro pic.twitter.com/geZ5gNuqpb
— Ametista Coelho fada + nao a sensata (@Coelho_Galaxios) October 3, 2023
Assim como em muitas estações, a Jabaquara amanheceu com os portões fechados, com cartazes informando sobre a greve, e um grupo de metroviários explicando para a população os motivos da paralisação. Apesar da divulgação nos últimos dias sobre possibilidade de haver grave, algumas pessoas não sabiam, e deram de cara com os portões fechados ao chegarem na estação.
Esse é o caso do pintor Josemir Teixeira, de 29 anos, que também foi pego de surpresa. “Eu moro na divisa com Diadema e trabalho na Raposo Tavares. Pego o Metrô todo dia por volta das 6h. A empresa em que eu trabalho não falou nada da greve. Eu descobri agora. Avisei para eles e estão mandando um encarregado para me buscar, porque não tem como eu ir de ônibus daqui”, afirmou.
Algumas pessoas, no entanto, não conseguiram chegar ao trabalho. O encanador José Veneranda, de 31 anos, é um deles, e optou por mandar uma foto do portão da estação fechado ao RH da empresa para justificar a falta. “Não tem como ir de ônibus até lá”, relata.
Apesar do motivo não estar totalmente claro para os passageiros, alguns deles mostram apoio à paralisação. “Eles estão certos, tem que lutar mesmo”, afirma um deles. Como resultado da greve, os ônibus seguem lotados na capital paulista, recebendo fluxo maior que o normal.
Greve
O ‘pacotão’ de privatizações envolve várias empresas, entre as quais estão o Metrô de São Paulo, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), consideradas as três maiores empresas públicas de São Paulo. A fase ainda é de estudos, conforme afirmou o governador Tarcísio de Freitas.
GREVE UNIFICADA|Total apoio a greve unificada do metrô, cptm e sabesp, privatizar os serviços só diminui a qualidade e pesa no bolso do trabalhador!
é insustentável a gente construir toda a riqueza desse país e não poder pegar um transporte de qualidade para ir trabalhar. pic.twitter.com/wOnrML0ruX
— Igor Henrique Alto Tietê 📚 (@juventude_16) October 3, 2023
Uma determinação da Justiça prevê a manutenção do transporte sobre trilhos em 100% nos horários de pico e 80% nos demais períodos, além de 85% do contingente da Sabesp. Caso a medida seja descumprida, os responsáveis poderão ter de pagar multas diárias de até meio milhão de reais. Apesar da medida da Justiça, a classe parou 100%. *Com informações do Estadão