Cidades do interior de São Paulo fazem racionamento de água
Um projeto de lei do prefeito de Birigui prevê que as pessoas que forem flagradas desperdiçando água sejam multadas; em Santa Fé do Sul, o racionamento dura entre as 13 e 17 horas
As cidades de Birigui e Santa Fé do Sul são as duas primeiras da região Noroeste Paulista a iniciar oficialmente o racionamento de água. Em Birigui, o racionamento teve início nesta terça-feira com os 6,3 mil trabalhadores da Prefeitura recebendo ordens do prefeito Pedro Bernabé (PDT) para racionar água e conter os gastos na administração.
Em Santa Fé do Sul, o racionamento iniciado no início do mês, vale para a toda a cidade e os moradores flagrados desperdiçando água estão sendo multados. A cidade também está impedindo a abertura de novos loteamentos residenciais sem poços profundos.
Em outras cidades, como Guararapes, o corte é feito durante à madrugada quando as bombas de poços são desligadas, mas a Prefeitura nega que esteja adotando o racionamento.
Em Birigui, o prefeito Pedro Bernabé (PDT), além de determinar que os servidores municipais façam uma economia de 20% no consumo de água, pretende ampliar a economia para a população. Para isso, enviou projeto de lei à Câmara para multar o morador que for pego desperdiçando água.
Pelo projeto, se o morador for pego desperdiçando água será advertido e numa segunda constatação será multado no mesmo valor da última conta de água. Entre as atitudes anotadas como desperdício de água no projeto estão: lavar calçadas, lavar carros, molhar ruas e manter torneiras abertas e canos com vazamentos.
O prefeito Bernabé disse que quer aproveitar a falta d’água vivida no Estado para disciplinar seus funcionários e alertar a população para a necessidade de se economizar água. Segundo ele, os funcionários deverão economizar 20% da água consumida na administração e para isso diversas medidas estão sendo tomadas, uma delas é evitar a lavagem dos carros da frota municipal sem necessidade.
“Estamos começando a dar exemplo dentro de casa”, afirmou o prefeito. No mês de julho as bombas de dos dois poços que abastecem a cidade queimaram devido à alta demanda de consumo, deixando mais de 20 mil moradores sem água em 27 bairros. Além disso, a represa do ribeirão Baixotes, que abastece a cidade, também dá mostras de redução do seu nível. “Para evitar um desabastecimento futuro é que estamos tomando essas medidas”, afirmou.
Em Santa Fé do Sul, o racionamento dura entre as 13 e 17 horas, todos os dias. O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) fiscaliza as residências que fazem uso inadequado da água.
“Cerca de 35 moradores já foram multados”, afirmou o superintendente do Saae, Adércio Rodrigues. “Mas isso é uma pequena parte porque 90% da população está colaborando com a gente”, disse. Segundo ele, o racionamento, que já dura duas semanas, está causando uma economia de 10%.
“A nossa cidade vive uma das piores estiagens de sua história. A média anual é de 1.600 milímetros de chuva, mas no ano passado tivemos só 900 milímetros e este ano só 440 milímetros”, comentou Rodrigues.
Segundo ele, a cidade consome cerca de 9 milhões de litros/dia, sendo que 2 milhões são produzidos por dois poços artesianos e o restante por duas represas de captação do ribeirão da Cabeceira Comprida.
“Uma das represas está apenas com 15% da capacidade e a outra com menos de 40%”, afirmou. Na tentativa de amenizar futuros problemas, o município proibiu que novos loteamentos residenciais sejam entregues sem poços profundos para abastecimento de água.
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