Copiloto de Beto Richa, Márcio Lima se apresenta à polícia
Lima seria o líder de uma rede criminosa composta por auditores fiscais, contadores e empresários
O auditor fiscal da Receita Estadual de Londrina, Márcio Lima, que estava foragido, se apresentou no final da tarde desta quarta-feira (29) no 6° Distrito Policial de Londrina, no Paraná. Lima também é co-piloto do atual governador do Estado do Paraná, Beto Richa (PSDB), nas corridas de automobilismo.
De acordo com a investigação feita pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) na Operação Publicano, Lima, seria considerado o líder de uma rede criminosa composta por auditores fiscais, contadores e empresários com o objetivo de enriquecimento ilícito, sonegação fiscal e pagamento de propina.
Coincidentemente, ele se apresentou justamente na tarde em que as atenções estavam todas voltadas para a violenta atuação da polícia contra os professores no Centro Cívico de Curitiba. A manifestação dos professores é motivada pela insatisfação com relação ao projeto que foi votado na Assembléia Legislativa do Paraná, também nesta quarta-feira, para aprovar modificações na ParanaPrevidência que alteram a aposentadoria dos servidores públicos paranaenses.
Segundo o delegado do Gaeco, Alan Flore, existe a necessidade da manutenção cautelar e o pedido de prisão preventiva acabou sendo cumprido. Márcio Lima foi encaminhado a Penitenciária Estadual de Londrina II (PELII). "A custódia era necessária, agora ele será ouvido, presta depoimento, nesta quinta-feira (30) as 14 horas", explicou.
A esposa de Lima, Ana Paula Lima, segue foragida. "Nós devemos localizá-la o quanto antes, ela tem a prisão preventiva decretada, o que deve ser cumprido nas próximas horas", afirmou Flore. Além da esposa de Lima, ainda está foragido o auditor fiscal Miguel Arcanjo Dias.
Operação Publicano
O Gaeco investiga o esquema de corrupção da Receita Estadual de Londrina desde 2014. Paralelamente a essa linha de investigação surgiu em 2015 a investigação sobre uma rede de exploração sexual de menores. As investigações apontam o envolvimento de auditores da Receita Estadual, o ex- assessor da governadoria do Estado, Marcelo Caramori e Luis Abi Antoun, primo do governador Beto Richa.
A investigação revelou, por exemplo, que um dos auditores da Receita Estadual acusados de participar do esquema teria o patrimônio avaliado em R$ 30 milhões, o que foi apontado como algo incompatível com o salário do servidor.