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Com Bolsonaro inelegível, PL começa a ocupar governo Lula e entra no DNIT

Líder do bloco oposicionista que reúne PL e Novo no Senado, Wellington Fagundes (PL-MT) apoia e relata indicação para autarquia de ex-diretor do Ministério da Infraestrutura na gestão bolsonarista

5 jul 2023 - 12h41
(atualizado às 16h46)
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Foto: Agência Pública

BRASÍLIA - Com o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível, o PL começou a participar da distribuição de cargos no governo Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto, liberou parlamentares da bancada para negociarem com o Palácio do Planalto, enquanto a ala bolsonarista faz a oposição mais radical.

O movimento começou a surtir efeito e o partido emplacou um aliado no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

Lula indicou o engenheiro Fábio Pessoa da Silva Nunes para a Diretoria de Infraestrutura Rodoviária do DNIT, uma das mais importantes do órgão, que cuida das obras em rodovias pelo País, e cobiçada pelos políticos.

Homem de confiança do ex-ministro da Infraestrutura e atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Nunes foi diretor de planejamento e projetos especiais do Ministério da Infraestrutura na gestão Bolsonaro.

A indicação de Nunes foi aprovada pela Comissão de Infraestrutura do Senado na terça-feira, 4, responsável por confirmar as indicações encaminhadas pelo Planalto. A aprovação ocorreu com ampla maioria em uma votação secreta: 19 dos 20 senadores presentes foram favoráveis.

Bolsonaro fora do páreo provoca reviravolta política e 'herança' eleitoral é incógnita.

Com base favorável no Senado, o governo tenta ampliar seus votos na Câmara dos Deputados. Para isso, articuladores políticos de Lula negociam, dia a dia, com dissidentes do PL, do Republicanos e do PP, enquanto tentam ampliar a fidelidade de partidos como União Brasil, MDB e PSD, contemplados cada um com três ministérios.

Comando do DNIT com Renan

Nessa nova rodada de cargos no DNIT, o MDB do Senado foi o grupo mais fortalecido. O senador Renan Calheiros (MDB-AL) emplacou o diretor-geral da autarquia, Fabricio de Oliveira Galvão, funcionário de carreira do órgão, aprovado por unanimidade com 20 votos na Comissão de Infraestrutura.

Ex-superintendente do DNIT em Alagoas, Galvão já despachava como substituto na chefia do órgão desde fevereiro.

Também ficou com o MDB do Senado a diretoria-executiva do DNIT, reservada para Carlos Antonio Rocha de Barros, igualmente servidor de carreira, aprovado no colegiado com só um voto contrário.

Para a Diretoria de Infraestrutura Ferroviária, o senador Confúcio Moura (MDB-RO), presidente da Comissão de Infraestrutura, indicou o engenheiro civil José Eduardo Guidi, ex-diretor do Departamento de Estradas e Rodagem de Rondônia.

Ele só teve também um voto contrário no colegiado. Das quatro nomeações desta leva, só Guidi não pertence ao corpo técnico do DNIT.

Em maio, o senador Eduardo Braga, líder do MDB, já tinha emplacado o engenheiro Erick Moura de Medeiros para o cargo de diretor de infraestrutura aquaviária do DNIT.

Em nota, a Associação dos Engenheiros do DNIT (AEDNIT) comemorou o avanço e a indicação dos quatro novos diretores para a autarquia.

"Ressaltamos, com orgulho, que a maioria dos diretores agora empossados são servidores de carreira do próprio DNIT. Essa conquista é uma prova do valor inestimável dos servidores públicos, que dedicam seu talento, esforço e comprometimento para o aprimoramento contínuo do órgão e o atendimento das demandas da sociedade", exaltou a AEDNIT no comunicado.

Estadão
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