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Com flexibilização do isolamento, cariocas voltam às praias

Rio de Janeiro iniciou 1ª de seis etapas de relaxamento da quarentena; é permitido nadar ou surfar, mas é proibido permanecer na areia

2 jun 2020 - 22h02
(atualizado em 3/6/2020 às 08h21)
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RIO - No primeiro dia da flexibilização de regras de isolamento no município do Rio de Janeiro, com sol e calor que segundo a prefeitura chegou a 27°C, as praias ficaram mais cheias do que nas últimas semana, mas aparentemente não houve mudança significativa na quantidade de pessoas nas ruas. O Estadão constatou casos pontuais de desrespeito às regras ainda em vigor de isolamento, que começou em março e está prestes a completar três meses.

Nesta fase, a primeira de seis do plano da prefeitura de retorno à rotina, está permitido entrar no mar para nadar, surfar ou praticar outra atividade esportiva individual. Mas ninguém pode permanecer dentro da água sem estar se exercitando. Também são permitidas atividades físicas nos calçadões, mas segue proibido ficar na areia. Pela manhã, a reportagem constatou o aumento do movimento nas praias da zona sul e chegou a flagrar, no Leme e no Arpoador, grupos de jovens jogando altinho (brincadeira de troca de passes com bola de futebol), o que segue vedado.

Casal com máscara de proteção caminha perto da praia do Leblon, no Rio de Janeiro
25/05/2020 REUTERS/Sergio Moraes
Casal com máscara de proteção caminha perto da praia do Leblon, no Rio de Janeiro 25/05/2020 REUTERS/Sergio Moraes
Foto: Reuters

Grupos de surfistas também não respeitaram a distância mínima entre eles, durante a atividade no mar. No Arpoador (zona sul), policiais militares atuaram para dispersar quem estava parado na areia.

O comércio também começou a ser reaberto nesta terça-feira. Por enquanto, apenas agências de veículos e lojas de móveis e decoração estão autorizadas a reabrir, com restrições (são proibidos feirões de carros, por exemplo).

O empresário Paulo Cesar de Oliveira, de 64 anos, dono de uma agência de veículos na Estrada Intendente Magalhães, tradicional ponto desse tipo de comércio na zona oeste do Rio, comemorou o retorno.

"Não vendi nenhum carro, mas tive algumas promessas. Como as vendas são quase sempre financiadas, dependem de uma burocracia, e ninguém fecha negócio num único dia. Mas começamos a retomar a rotina", afirmou o comerciante, que mantém cinco funcionários, todos afastados desde março. "Um voltou a trabalhar hoje, outro começa amanhã, e assim vai".

Oliveira manteve a loja totalmente fechada por cerca de um mês, e depois chegou a abrir, em um dia ou outro.

"Eu vinha pra tirar umas fotos dos carros, abria uma porta, cheguei a fazer um ou outro negócio. Foi o que salvou, garantiu o sustento da minha família. Mas muito diferente do movimento habitual. Esse ainda não dá pra saber quando vai voltar, se é que voltará", avaliou.

No trânsito, pela manhã passageiros circularam de pé e aglomerados em ônibus do BRT Transoeste, por exemplo, situação comum durante todo o período de isolamento. Os trens da Supervia registraram movimento 59,2% menor que o habitual - na segunda-feira, o movimento havia sido 60,9% menor, o que indica uma diferença pequena.

Essa primeira fase de flexibilização deve se estender por pelo menos quinze dias, sujeita a avaliação diária pela prefeitura. A segunda fase prevê a reabertura de shopping centers, com funcionamento das 12h às 20h, estacionamento restrito a um terço da capacidade e distanciamento de pelo menos dois metros entre os clientes.

Estadão
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