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Com medo de guerra, sem-teto deixam prédio no centro de SP

PM cumpre nova reintegração de posse na avenida São João um mês depois de centro de São Paulo virar cenário de guerra

16 out 2014 - 09h21
(atualizado às 10h06)
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Despejo aconteceu na manhã desta quinta-feira, na avenida São João, em São Paulo
Despejo aconteceu na manhã desta quinta-feira, na avenida São João, em São Paulo
Foto: Thiago Tufano / Terra

Um mês depois da reintegração de posse que gerou um verdadeiro caos no centro de São Paulo com forte confronto entre os sem-teto e a Tropa de Choque da Polícia Militar, um novo despejo aconteceu na manhã desta quinta-feira, na avenida São João, mesma via da ação do dia 16 de setembro. Apesar de ser a primeira reintegração após o fatídico dia, a PM não precisou agir e só acompanhou a saída dos ocupantes, que abandonaram o imóvel com medo de uma “nova guerra” com os policiais. Desta vez, cerca de 100 PMs e a chamada Tropa do Braço acompanharam a operação no número 345 da avenida São João.

A reintegração de hoje começou por volta das 7h, mas desde as 6h alguns homens da PM já estavam a postos. Durante esta madrugada e ao longo da semana a maioria dos sem-teto deixou o imóvel. Pela manhã caminhões estiveram no local para buscar os objetos pessoais desses moradores, inclusive móveis.

Policiais Militares não precisaram agir e só acompanharam a saída dos ocupantes
Policiais Militares não precisaram agir e só acompanharam a saída dos ocupantes
Foto: Thiago Tufano / Terra

De acordo com Patrícia Lopes, uma das líderes do Movimento Frente de Luta por Moradia (FLM), algumas das famílias que deixaram o imóvel vão guardar os pertences em um depositário e devem se mudar para casa de parentes e amigos e uma outra parte irá para outras ocupações da região. Apesar do aparato policial e da pouca quantidade de pessoas comparada à ocupação do mês passado, com 200 famílias, Patrícia admitiu que muitas pessoas deixaram o local ao longo da semana por conta de “uma nova guerra”.

“Aqui ficou mais controlável porque eram poucas famílias. Algumas pessoas foram se retirando aos poucos. A FLM é pacífica. Aquilo foi uma situação atípica por conta de uma truculência que a PM já tinha executado contra outra ocupação nossa na rua Aurora. Foi uma truculência desnecessária, então as famílias ficaram revoltadas com aquela situação. Aquela situação foi ruim para ambas as partes, mas foi pior para o Estado porque o movimento está pra isso, para lutar. Eles não estão aqui porque querem. Dessa vez esperávamos até um aparato menor, mas como viram que era do mesmo movimento acharam que ia ser igual. Mas não é assim”, afirmou Patrícia.

De acordo com o coronel da PM Celso Luiz Pinheiro, cerca de 60 pessoas ocuparam o prédio particular dia 21 de junho e desde então estavam no local. O comandante da operação disse que o efetivo policial e a presença de uma tropa especial da corporação são “comuns” em uma situação de reintegração e afirmou que o contingente não foi modificado por causa do que ocorreu há um mês no centro de São Paulo.

“O serviço está transcorrendo sem novidades. É natural (esse efetivo policial). Faz parte da logística por conta da região e da edificação por isso precisamos tomar essas cautelas. Estamos preparados pra ficar o dia inteiro, mas acredito que vai durar cerca de três horas”, disse o coronel.

O comandante da PM afirmou ainda que os sem-teto já haviam sido avisados sobre a reintegração e diversas reuniões entre a corporação e os moradores foram feitas antes da ação policial. “Fizemos várias reuniões e eles sabiam dessa ação. Hoje demos cumprimento à determinação judicial”.

Fonte: Terra
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