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Com militantes feridos, PSTU acusa extrema-direita de orquestrar agressões

21 jun 2013 - 18h30
(atualizado às 18h31)
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A aversão de grande parte de manifestantes a partidos políticos gerou consequências mais graves no Rio de Janeiro. Dez integrantes do PSTU foram agredidos no protesto dessa quinta-feira, declarou o presidente regional do partido, Cyro Garcia. Segundo ele, as agressões foram orquestradas e executadas por grupos nazifascistas que estão sendo “pagos para reprimir a livre expressão dos partidos políticos”.

O presidente do PSTU diz entender a repulsa da população aos partidos. Para Garcia, os que estão no poder deram mostras de atitudes corruptas e frustraram a população. Ele lembrou que, quando o grupo do PSTU chegou no protesto, um grupo os vaiou, enquanto outra parte os aplaudiu. “Agressões é que não podem ser admitidas. Onde está o Estado democrático de direito?”, questionou.

Ele, no entanto, descartou a possibilidade de o PSTU deixar de ir para a rua. Ele explicou que os militantes vêm discutindo táticas para fugir das agressões gratuitas durante as manifestações. “Nossos militantes foram caçados ontem, assim como os demais partidos de esquerda, como o Psol e o PCO. São nazifascistas infiltrados e pagos para isso. Mas não vamos parar. O PSTU nunca se eximiu das lutas nesse país. A mobilização está no nosso DNA”, afirmou na tarde desta sexta-feira.

Nenhum dos militantes do PSTU corre risco de morrer. Um dos feridos teve o rosto desfigurado e poderá ter que passar por uma cirurgia plástica para reconstituir a face. De acordo com o dirigente, três outros militantes foram feridos na cabeça. “Jogaram bombas na direção do nosso grupo. Não nos esqueçamos que havia policiais à paisana no meio do protesto. Tem gente que quer enfraquecer o movimento”, comentou.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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