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Com volume morto, água do Cantareira deve durar até novembro

14 mai 2014 - 15h15
(atualizado às 15h17)
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O nível de água do Sistema Cantareira caiu novamente nesta quarta-feira e agora está em 8,4% da capacidade de armazenamento, de acordo com dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Segundo a Agência Nacional de Água (ANA), a água do reservatório deve durar, pelo menos, até novembro, já contabilizando a utilização do volume e a reserva técnica, que não tem previsão de uso, de 50 bilhões de litros. As obras que possibilitam o uso dessa reserva, o chamado volume morto, terminam amanhã.

Representantes da ANA e do Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (Daee) estiveram nesta terça-feira em Campinas em reuniões com prefeitos, companhias de abastecimento e usuários de recursos hídricos nas áreas de influência do Cantareira. O objetivo é reunir relatos dos diversos setores que sirvam de subsídio para avaliar a estiagem e sugerir medidas que diminuam o impacto.

Na sexta-feira, o Grupo Técnico de Assessoramento para gestão do Sistema Cantareira (Gtag – Cantareira), formado por representantes da agência reguladora e do departamento, vai se reunir para avaliar a vazão afluente (volume de água que entra no reservatório) e o que está sendo demandado pelos usuários. A avaliação técnica resulta em sugestões para os gestores que adotam medidas para mitigar a falta de recursos hídricos.

As últimas análises e simulações da ANA apontam que a água que está entrando no Cantareira corresponde a 60% da vazão afluente mínima histórica. Se esse padrão for mantido, em setembro, por exemplo, devem entrar 6 metros cúbicos por segundo. Por outro lado, caso a estimativa de consumo para setembro permaneça em 28 m³/s, será preciso realocar as prioridades no abastecimento entre as duas regiões atendidas pelo Cantareira. Além disso, será necessário liberar a água em função do que entra no sistema.

As duas regiões atendidas pelo Cantareira são o Consórcio das Bacias do PCJ, que inclui os rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, e a região metropolitana de São Paulo.

Para usar a água no volume morto, que são reservas abaixo do nível das comportas, está sendo necessário construir dois canais de 3,5 quilômetros e instalar 17 bombas, que envolvem um investimento de R$ 80 milhões. Segundo a Sabesp, o total de água abaixo do nível das comportas chega a 300 bilhões de litros, mas serão disponibilizados, neste momento, 200 bilhões. Esse volume é suficiente para abastecer os moradores da região metropolitana por quatro meses.

O Sistema Cantareira é o maior do estado e abastece cerca de 9 milhões de pessoas na região metropolitana de São Paulo. A situação do reservatório é a pior desde que ele foi criado na década de 1970.

A crise no sistema Cantareira A crise no sistema Cantareira

Agência Brasil Agência Brasil
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