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Comlurb anuncia demissão de 300 garis em greve no Rio

4 mar 2014 - 18h20
(atualizado às 18h21)
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<p>Ontem, garis em greve fizeram protesto nas ruas do Rio de Janeiro</p>
Ontem, garis em greve fizeram protesto nas ruas do Rio de Janeiro
Foto: Paula Bianchi / Terra

A Companhia de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro (Comlurb), da prefeitura, iniciou na manhã desta terça-feira o processo de demissão de 300 funcionários que não compareceram ao trabalho para o turno das 19h de ontem. De acordo com a companhia, a demissão está prevista na Cláusula 65 do acordo firmado entre a companhia e o Sindicato dos Empregados das Empresas de Asseio e Conservação do Município do Rio de Janeiro. Quem voltou ao trabalho, terá os dias parados abonados.

O acordo firmado ontem entre a categoria e a Comlurb prevê 9% de aumento salarial para os cerca de 15 mil garis da cidade. O piso salarial inicial será R$ 874,79, mais 40% de adicional de insalubridade que elevará o salário para R$ 1.224,70. Além do aumento salarial, o acordo estipula mais 1,68% no Plano de Cargos, Carreiras e Salários, com progressão horizontal, bônus de 100% na hora extra para quem trabalhar nos domingos e feriados, mantendo o direito à folga, como já é previsto em lei; plano odontológico, ampliação do prêmio do seguro de vida de R$ 6,3 mil para R$ 10 mil, aumento do vale-alimentação de R$ 12 para R$ 16, auxílio-creche para ambos os sexos e acordo de resultados possibilitando um 14º e 15º salários.

A empresa diz que, por lei, as duas partes tinham até o dia 31 de março para fechar um acordo, "mas tendo em vista o movimento de um grupo sem representatividade que vinha interferindo na rotina do trabalho de limpeza da Comlurb nos últimos dias, a companhia e o sindicato aceleraram as negociações e definiram itens importantes da pauta de reivindicações".

Por sua vez, o movimento grevista alega que o sindicato não representa a categoria e vinha negociando com a prefeitura sem as devidas consultas em assembleias. Os grevistas reivindicam aumento do salário, que atualmente é de R$ 803 para R$ 1,2 mil, aumento do tíquete-refeição de R$ 12 para R$ 20 por dia, a volta do pagamento do triênio e do quinquênio, "que nos foram tirados" entre outras reivindicações, algumas já atendidas pela contra-proposta, como o auxílio-creche para ambos os sexos.

Protesto

Centenas de garis que estão em greve no Rio de Janeiro saíram hoje da Central do Brasil e caminharam cerca de um quilômetro até a sede da prefeitura, onde protestaram contra a decisão da Comlurb. Eles querem um novo encontro com representantes da prefeitura para negociar nova proposta de ajuste salarial e melhores condições de trabalho, em vez da que foi acordada ontem pelo sindicato e pela Comlurb.

Depois de sair da prefeitura do Rio, o grupo foi para a Praça General Osório, em Ipanema, na zona sul. Com faixas, os garis caminharam até a praia, onde está concentrada a Banda da Praia Ipanema.

Em ritmo de samba, eles cantavam que "Neste carnaval, o prefeito vai varrer sozinho". O grupo, com cerca de 300 pessoas, estava na Vieira Souto cantando o hino nacional, observados por foliões que vão acompanhar a Banda de Ipanema. Vários foliões demonstraram apoio ao protesto, cantando e dançando e aplaudindo.

Agência Brasil Agência Brasil
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