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Concessionária cobra R$12 mil em funeral de recém-nascido

Grupo Maya, responsável por cemitérios em SP, promete revisão interna após críticas

12 nov 2024 - 19h06
(atualizado às 19h15)
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Em nota, concessionária responsável por adminsitrar cemitério afirmou que valor inclui oferta de venda de jazigo
Em nota, concessionária responsável por adminsitrar cemitério afirmou que valor inclui oferta de venda de jazigo
Foto: CartaCapital

O Grupo Maya, concessionária que administra diversos cemitérios em São Paulo, está no centro de uma polêmica após a denúncia de cobrança abusiva em um funeral. A vereadora Silvia Ferraro (PSOL), integrante da Bancada Feminista, trouxe à tona, durante uma sessão da Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente da Câmara de São Paulo nesta segunda-feira, 11, a cobrança de R$ 12 mil feita pela empresa pelo funeral de uma criança recém-nascida.

O caso gerou imediata reação entre os parlamentares e provocou um debate sobre a privatização do serviço funerário na capital paulista, realizada sob a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB). A sessão contou com a participação de João Manoel da Costa Neto, presidente da SP Regula – órgão responsável pela supervisão dos serviços prestados pelas concessionárias.

Ferraro apresentou evidências em forma de prints de mensagens de WhatsApp, onde uma pessoa relatava estar com o corpo de um recém-nascido falecido em Mauá e desejava levá-lo para o Cemitério da Saudade, localizado em São Miguel Paulista, na zona leste da cidade. A resposta do representante do Grupo Maya destacou que o serviço custaria R$ 12 mil, com um pagamento inicial de R$ 2.400.

“Vimos aqui, em tempo real, uma pessoa sendo explorada pelo WhatsApp enquanto tentava contratar o serviço funerário social. A empresa Maya cobrando R$ 12 mil para fazer esse funeral, que não deveria custar mais que R$ 600”, afirmou a vereadora Ferraro, destacando a discrepância em relação à tabela oficial de preços.

Em resposta às denúncias, Costa Neto se comprometeu a investigar a situação. “Por trás desse WhatsApp há uma pessoa representando uma transmissão de serviço público. E a gente vai perseguir a mais clara apuração, e, tendo a comprovação, a punição será aplicada de acordo com os termos do contrato”, garantiu o presidente da SP Regula.

Em nota ao Terra, o Grupo Maya afirmou que, conforme os termos do contrato de concessão, os serviços oferecidos variam de acordo com o perfil da família requerente, incluindo opções gratuitas e categorias como social, popular e padrão.

Sobre o caso específico, a empresa alegou que, como a família não era proprietária de um espaço no cemitério, foi feita a oferta de venda de um jazigo, o que elevou o custo. “Entendemos que o atendimento deveria ter enviado a tabela de preços completa, com todas as possibilidades”, disse a nota.

O grupo acrescentou que lamenta o ocorrido, reforçará a capacitação das equipes de atendimento e abrirá uma apuração interna sobre o fato.

A Prefeitura de São Paulo, por sua vez, afirmou à reportagem que a SP Regula abrirá uma investigação sobre o caso. "Havendo comprovação de irregularidades, a concessionária será punida nos termos do contrato", destacou.

Fonte: Redação Terra
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