Confira a cronologia e os principais acontecimentos dos protestos em SP
No dia 13 de junho de 2013, milhares de pessoas saíram às ruas e avenidas de São Paulo em uma quarta mobilização contra o preço do transporte público na cidade. Quatro dias depois, em 17 de junho, uma nova jornada na maior cidade do País levou 65 mil pessoas às ruas em um protesto predominantemente pacífico ao mesmo tempo em que Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre também se mobilizavam. No dia 20, uma jornada massiva em dezenas de cidades termina em episódios generalizados de depredação e violência.
A onda de protestos parte do descontentamento da população com o reajuste de R$ 0,20 do preço de ônibus, metrô e trem, mas também dá voz a questões que ultrapassam os centavos cotidianos. Violência à parte - condenada pelo governo e pela maioria dos envolvidos -, a presença massiva da população nas ruas cria espaço para um debate sobre os espaços públicos nas metrópoles brasileiras contemporâneas e como questiona os moldes estabelecidos da representatividade da democracia brasileira. A pluralidade das bandeiras dos manifestantes e os reitados casos de violência, todavia, também lançam perguntas sobre o significados e os rumos do movimento.
Confira, abaixo, o principal de cada um dos protestos em São Paulo. Cada imagem leva a uma matéria contando episódios marcantes de cada dia.
20 de junho, violência e apartidarismo
Após o anúncio da revogação do aumento do preço das passagens de transporte público, São Paulo volta às ruas enquanto no Brasil uma onda massiva de mobilização em dezenas de cidades transmuda-se em violentos episódios de confrontos e depredação. Novos episódios de violência e a manifestação contrária à presença de partidos no protesto.
17 de junho, protesto pacífico
Em um dia de mobilização e confronto em muitas das maiores cidades do País, 65 mil pessoas saem às ruas de São Paulo e protagonizam um protesto predominantemente pacífico que se estendeu do entardecer até o final da madrugada; repúdio à emissora Globo leva a hostilização da equipe de reportagem de Caco Barcellos; vereadores e manifestantes em Bauru; compreensão da população.
16 de junho, protesto de repórteres
Cerca de 50 profissionais da imprensa, a maioria repórteres fotográficos, protestam contra a violência policial aplicada aos jornalistas durante as últimas manifestações em São Paulo - o Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo (SJSP) estima que pelo menos 12 repórteres foram agredidos e dois foram presos arbitrariamente no dia 13 de junho. A Polícia Militar "libera" o uso de vinagre nos próximos protestos, e anuncia uma reunião com o Movimento Passe Livre (MPL) marcada para as 10h de segunda-feira. E panfletos são distribuídos em São Paulo convocando a população para o próximo ato, marcado para começar às 17h, no Largo da Batata, em Pinheiros: "não é por centavos, é por direitos", diziam os cartazes.
15 de junho, feridos recebem alta
Repórteres que sofreram agressões durante o protesto de quinta-feira recebem alta - entre eles, o fotógrafo Sérgio Silva, da agência Futura Press, que corre o risco de perder a visão do olho esquerdo. A Gaviões da Fiel divulga apoio às manifestações, mas não convoca os torcedores para os atos - em resposta, o site da torcida organizada é invadido por defensores dos protestos, que deixam uma mensagem de chamado: "vem pra rua!". O MPL afirma que estuda processar o Estado de São Paulo pela repressão policial aos manifestantes.
13 de junho, quarto protesto
Milhares saem às ruas na maior mobilização recente de São Paulo para protestar contra o preço e as condições do transporte público. Reprimido pelos policiais, o protesto pacífico dá espaço a inúmeros episódios de violência contra a civis e jornalistas; Anistia Internacional condena repressão; Alckmin e Haddad rejeitam rever reajuste, mas 'imagem que ficou foi de violência policial'; pesquisa aponta: população apoia os protestos. No dia seguinte, Cardozo muda o tom anterior e critica abusos policiais. Alckmin vê oportunismo. Maria do Rosário critica excessos.
Diversos casos de agressão contra a imprensa foram registrados; do Terra, o fotojornalista Fernando Borges foi detido e o repórter Vagner Magalhães foi agredido; o repórter da CartaCapital Piero Locatelli também preso; a Folha de S. Paulo informou que sete jornalistas seus foram atingidos durante os protestos; da agência FuturaPress, o fotógrafo Sérgio Silva teve o olho direito atingido e corre o risco de perder a visão; o fotógrafo Filipe Araújo, do jornal O Estado de S.Paulo, foi atropelado por uma viatura.
11 de junho, terceiro protesto
Manifestantes voltam às ruas para nova jornada de protestos; ao longo de seis horas, pelo menos 20 pessoas são detidas; cerca de três mil pessoas participaram da mobilização; Ministério Público convoca reunião; um dia depois, ato repercute em Paris; denúncia dos abusos na internet.
7 de junho, segundo protesto
Segundo dia seguido de mobilização paralisa avenidas e resulta em 15 detenções; novos confrontos entre policiais e manifestantes; população registra violência e se organiza; Movimento Passe Livre: “não vamos parar até baixar”; Metrô calcula prejuízo.
6 de junho, primeiro protesto
Movimento Passe Livre organiza ato contra o aumento do preço do transporte público em São Paulo; entre duas e quatro mil pessoas participam dos protestos; confrontos com a polícia, que usa como gás lacrimogênio e balas de borracha para conter os manifestantes.