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A "Família do Norte", facção ligada a massacres em Manaus

Disputa interna teria motivado as mortes; grupo criminoso tenta controlar 'rota Solimões', usada para escoar cocaína da fronteira

28 mai 2019 - 01h07
(atualizado às 07h48)
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Os massacres em quatro presídios de Manaus desde domingo foram motivados, supostamente, por uma briga entre membros da facção criminosa Família do Norte (FDN). Apontada pela Polícia Federal como a terceira maior facção do País, a organização disputa o controle do tráfico de drogas na região amazônica.

Policial controla acesso à entrada do Compaj, em Manaus
Policial controla acesso à entrada do Compaj, em Manaus
Foto: Edmar Barros / Futura Press

A FDN é resultado da união de dois traficantes, Gelson Lima Carnaúba, o Gê, e José Roberto Barbosa, o Zé Roberto da Compensa. Segundo a PF, após passarem uma temporada cumprindo pena em presídios federais, eles voltaram a Manaus, em 2006, determinados a se estruturarem como uma facção criminosa.

Em 2015, uma operação da PF, a La Muralla, flagrou o grupo movimentando milhões por mês com o domínio da "rota Solimões" - usada para escoar a cocaína produzida na Bolívia e no Peru por meio dos rios da região amazônica. A FDN era, segundo investigações, aliada do Comando Vermelho (CV).

Em 2017, as mortes no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) - 56 detentos foram assassinados - foram atribuídas a uma disputa entre a FDN e o Primeiro Comando da Capital (PCC), que tentava ampliar a presença da facção paulista no estado amazonense. Investigadores acreditam que integrantes do CV pediram à FDN que executasse integrantes do PCC em Manaus.

Já as execuções que começaram neste domingo, totalizando 55 mortes, ocorrem, segundo o governo do Amazonas, em meio a uma disputa entre os atuais líderes da FDN Zé Roberto da Compensa e João Pinto Carioca, o João Branco, pelo comando do grupo.

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