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Corregedoria da PM pede à Justiça Militar prisão de policial que arremessou homem de ponte

Na terça-feira, a corporação já havia instaurado inquérito policial militar (IPM) e afastado os 13 agentes envolvidos na ocorrência

4 dez 2024 - 15h15
(atualizado às 19h17)
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A Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo pediu à Justiça Militar nesta quarta-feira, 4, a prisão preventiva do agente que arremessou um homem do alto de uma ponte. O caso ocorreu na madrugada da última segunda-feira, 2, na região de Cidade Ademar, zona sul da capital paulista.

Nesta terça-feira, 3, a corporação já havia instaurado inquérito policial militar (IPM) e afastado os 13 agentes envolvidos na ocorrência - as identidades dos envolvidos não foram reveladas. O grupo é do 24.º Batalhão de Polícia Militar (BPM), de Diadema, região metropolitana.

Segundo a corporação, os PMs fizeram o registro no sistema operacional da polícia de uma perseguição a dois homens considerados suspeitos, mas sem mencionar qualquer arremesso de viaduto. O caso só veio à tona após a divulgação das imagens da ocorrência.

"Os 13 policiais envolvidos na ação foram imediatamente afastados de suas funções e respondem a um inquérito policial militar (IPM) conduzido pela Corregedoria da PM. O agente responsável pela agressão foi ouvido e sua prisão foi solicitada à Justiça Militar", disse a Secretaria da Segurança Pública.

A pasta reforçou que o caso também é apurado pela Polícia Civil, por meio da Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco) da 2ª Seccional. "Diligências estão em andamento para a oitiva da vítima e o esclarecimento dos fatos", diz a nota da secretaria.

No Instagram, o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, prometeu "severa punição" aos envolvidos. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o comandante-geral da PM, coronel Cassio Freitas, também repudiaram o ocorrido. Para o Ministério Público, a conduta é "inadmissível".

"Uma ação desmedida, inexplicável", afirmou ao Estadão o coronel Emerson Massera, porta-voz da Polícia Militar. Segundo ele, as imagens indicam que o indivíduo não oferecia qualquer risco no momento em que foi jogado da ponte. "Sugere uma violação de direitos humanos grave."

Conforme a PM, um grupo de 13 policiais militares tentou abordar uma moto com dois homens em um baile funk em Diadema, mas a dupla que estava no veículo não teria atendido à voz de parada. Os agentes, então, os perseguiram e só conseguiram alcançá-los justamente onde o vídeo foi gravado, na Rua Padre Antônio de Gouveia.

Segundo informações preliminares, o registro feito pelos agentes envolvidos indica que não foi encontrado nada de irregular com os dois homens durante a ocorrência. Uma das hipóteses apuradas é que o policial militar teria arremessado um dos homens da ponte como forma de represália pela perseguição.

O homem que foi alvo da agressão do policial ainda não foi identificado, mas ele teria saído do local andando, segundo testemunhas relataram posteriormente à polícia. Não há informações sobre o estado de saúde da vítima ou do motociclista.

Em um primeiro momento, a PM disse que ainda não sabia qual foi o papel de cada agente na ocorrência. Por isso, a decisão de afastar todos os 13 agentes envolvidos, até para conseguir individualizar as condutas. "Tem a atitude do policial que praticou a ação e de todos os policiais que se omitiram", disse Massera.

Estadão
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