Corregedoria-Geral da Administração de SP ouve agentes públicos sobre cartel
O presidente da Corregedoria-Geral da Administração do Estado de São Paulo, Gustavo Ungaro, informou nesta sexta-feira que o órgão tomou os depoimentos de três agentes públicos e três representantes de empresas mencionadas nas investigações da formação de cartel no transporte público do estado. Uma das pessoas ouvidas não trabalha mais no serviço público.
"A apuração administrativa está sendo feita pela corregedoria, que está ouvindo a todas as pessoas mencionadas. As empresas que teriam formado esse cartel também já estão sendo ouvidas. Toda a documentação dessas licitações está sendo submetida a profissionais do estado que estão analisando todos os eventuais indícios de situações problemáticas", disse. Segundo ele, até o momento, não foi possível identificar novas irregularidades nos contratos. O governo do estado processa civilmente a empresa Siemens por formação de cartel.
Ungaro falou sobre o assunto, após a primeira reunião com o Movimento TranSParência, colegiado criado pelo governo paulista para acompanhar as investigações das denúncias de formação de cartel em licitações do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, a CPTM. Ele é formado por entidades da sociedade civil. A corregedoria e o Movimento TrasSParência têm acesso a cerca de 1,7 mil páginas de documentos produzidos pela investigação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
"Ainda é muito cedo (para avaliar a investigação). O que a gente está verificando é que a Corregedoria do Estado de São Paulo está atuando com a celeridade possível", disse Márcio Cammarosano, advogado representante da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional São Paulo (OAB-SP) no Movimento TrasSParência.
A Corregedoria-Geral de Administração e o Movimento TranSParência volta a se reunir em 15 dias. O movimento pretende acompanhar as investigações de 16 licitações e 31 contratos firmados com a CPTM e o Metrô, entre 1998 e 2008.
Além da OAB-SP, fazem parte do grupo, a entidades Transparência Brasil, Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, Instituto Ethos, Associação Brasileira de Imprensa escritório de São Paulo, Ordem dos Economistas do Brasil, Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Comissão Geral de Ética, Sindicato dos Engenheiros do Estado de SP; Conselho de Transparência da Administração Pública e Instituto Tellus de Desenvolvimento Humano.