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Cratera em obra do Metrô interdita parte da Marginal Tietê

A pista no sentido Ayrton Senna está totalmente bloqueada na altura da Ponte do Piqueri; não há registro de feridos graves

1 fev 2022 - 10h15
(atualizado às 12h30)
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Acidente em obra da Linha Laranja do Metrô de São Paulo
Acidente em obra da Linha Laranja do Metrô de São Paulo
Foto: TV Globo

Uma cratera se abriu e inundou uma das obras da Linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo, nesta terça-feira, 1ª, bloqueando quase que totalmente a pista da Marginal Tietê, no sentido Ayrton Senna, na altura da Ponte do Piqueri.

Segundo o Corpo de Bombeiros, não há feridos graves. Os funcionários da obra conseguiram sair a tempo, mas dois deles, que tiveram contato com a água que pode estar contaminada, receberam atendimento da corporação.

Ainda de acordo com os bombeiros, o acidente pode ter sido ocasionado por uma escavação que atingiu uma adutora de água ou então uma tubulação de esgoto da região, que se rompeu e inundou a obra.

Acidente em obra da Linha Laranja do Metrô de São Paulo
Acidente em obra da Linha Laranja do Metrô de São Paulo
Foto: Redes sociais / Reprodução

Imagens de helicóptero feitas por emissoras de televisão mostram um enorme buraco próximo às obras que atingiu e engoliu parte da via da pista local. As imagens registraram ainda que partes do asfalto seguem cedendo e caindo no buraco. Também é possível ver que a cratera está toda tomada por água.

Dados da CET já mostram o efeito do bloqueio sobre os indicadores de lentidão no trânsito da cidade. Por volta das 10h, a lentidão atingiu a média superior do registro, com 5,9% das vias monitoradas. A Marginal sentido Ayrton Senna registra engarrafamento estimado de 7 quilômetros, o que se reflete também em outras ruas e avenidas das imediações. Apenas duas faixas da pista expressa estão liberadas para desafogar o trânsito na região.

Tatuzão operava em local do acidente

O Tatuzão, equipamento de perfuração de túneis, operava no local do acidente desta terça-feira, 1, desde 16 de dezembro e tinha a previsão de percorrer dez quilômetros como parte das obras da Linha 6-Laranja do Metrô.

A tuneladora, nome técnico do equipamento, começou a escavação em um evento que contou com a presença do governador João Doria (PSDB). O Tatuzão partiu do VSE Tietê (poço de ventilação e saída de emergência), local do acidente desta terça-feira, e chegaria até um outro VSE na Avenida Senador Felício dos Santos, no centro.

O equipamento percorreria dez quilômetros nos próximos meses entre as estações Santa Marina e São Joaquim. Pesando 2 mil toneladas, cada Tatuzão possui diâmetro de 10,61 metros e extensão de 109 metros, de acordo com especificações da empresa responsável pela obra. Sua capacidade de perfuração é de aproximadamente 12 a 15 metros por dia.

Para a sua operação são necessárias aproximadamente 50 pessoas, divididas em três turnos de trabalho, informou a Acciona. A máquina possui refeitório, cabine de enfermagem, esteira rolante para a retirada do material escavado, além de cabine de comando e equipamentos auxiliares.

A previsão do governo paulista era que um outro Tatuzão começasse a trabalhar ainda no primeiro semestre deste ano no sentido inverso, do centro para a zona norte.

"Essa obra foi um desafio. Quando assumimos o governo, tínhamos 30 grandes obras paradas no estado. Encontramos uma solução jurídica e o resultado está aqui. Quando se quer, resumimos todas as dificuldades a uma expressão: vamos fazer!", disse o governador João Doria em dezembro.

"O início da operação do Tatuzão é um momento emblemático nas obras da Linha 6-Laranja, considerado o maior empreendimento em infraestrutura na América Latina", acrescentou na data o secretário dos Transportes Metropolitanos, Paulo Galli.

Obra ficou parada por 4 anos

A Linha 6-Laranja do Metrô tem a previsão de interligar o bairro da Brasilândia, na zona norte, à Estação São Joaquim, na região central da capital. A obra tem 15 quilômetros de estação e previsão de construção de 15 estações. A previsão do governo do Estado é que a linha, quando estiver pronta, deverá transportar 630 mil passageiros por dia.

A obra é fruto de uma parceria público-privada (PPP) do governo com a concessionária Linha Universidade. As obras estão em execução pelo braço de construção do grupo Acciona. Depois de finalizada a obra, a Linha 6 deverá ser operada pela Linha Uni por 19 anos.

Paradas por quatro anos, desde setembro de 2016, as obras foram reiniciadas em outubro de 2020. O contrato da implantação, manutenção e operação da linha foi comprado pela empresa espanhola Acciona em 2019. Antes ele era do consórcio Move São Paulo (formado pela Odebrecht TransPort, a Queiroz Galvão e a UTC Engenharia).

Embora o contrato do consórcio anterior tenha sido assinado em 2013, as obras foram iniciadas apenas em abril de 2015 e paradas no ano seguinte. Em 2008, o Estado chegou a noticiar que a linha começaria a operar de forma parcial em 2012 e integralmente três anos depois.

Acidente em 2007

Em 2007, um deslizamento de terra no canteiro de obras da Estação Pinheiros, da Linha 4-Amarela do Metrô de São Paulo abriu um gigantesco buraco de 80 metros de diâmetro e 30 metros de profundidade na tarde do dia 12 de janeiro de 2007.

Desabamento nas obras do metrô na estação Pinheiros em 2007
Desabamento nas obras do metrô na estação Pinheiros em 2007
Foto: CLAYTON DE SOUZA / Estadão

Em pouco mais de um minuto a cratera tragou tudo à sua volta: caminhões, máquinas, carros e quem passava pelo local. Sete pessoas morreram e 79 famílias tiveram que ser removidas de casas interditadas.

* Com informações do Estadão Conteúdo

Fonte: Redação Terra
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