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Curitiba aprova "pacotaço" em 2° turno; servidores protestam

27 jun 2017 - 12h54
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Servidores públicos fazem passeata da Praça 19 de Dezembro até a prefeitura de Curitiba (PR), em protesto contra a votação do pacote de ajuste fiscal pelos vereadores.
Servidores públicos fazem passeata da Praça 19 de Dezembro até a prefeitura de Curitiba (PR), em protesto contra a votação do pacote de ajuste fiscal pelos vereadores.
Foto: Mariana Franco Ramos / Especial para Terra

Em nova sessão transferida para a Ópera de Arame, vereadores de Curitiba aprovaram nesta terça-feira (27), já em segundo e derradeiro turno, os quatro projetos de lei do ajuste fiscal do prefeito Rafael Greca (PMN). Ao contrário de ontem, quando protestaram nos arredores do teatro, entrando em confronto com a Polícia Militar (PM), os servidores municipais mudaram de estratégia e se manifestam no Centro Cívico. Até o fim da manhã, não houve registro de confusão. 

A concentração começou por volta de 8 horas, na Praça 19 de Dezembro, conhecida como Praça da Mulher e do Homem Nus. Perto das 11 horas, aos gritos de "Greca mentiroso" e "servidor na rua, prefeito a culpa é sua", os manifestantes saíram em caminhada, acompanhados por um caminhão de som, em direção à sede da prefeitura, onde chegaram às 11h30. A expectativa é de que façam mais uma concentração, na Praça Nossa Senhora de Salete, e, à tarde, uma assembleia para decidir os rumos da greve da categoria, deflagrada em 12 de junho.

"A gente não vai assistir duas vezes a mesma peça. Uma peça cômica, trágica, sem qualquer condição. A caminhada até a prefeitura é para deixar claro que a prefeitura é responsável pelo que vai acontecer daqui para frente. Alertamos os vereadores e a comunidade e, mesmo assim, optaram por votar", disse a coordenadora-geral do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc), Irene Rodrigues.

Servidores públicos fazem passeata da Praça 19 de Dezembro até a prefeitura de Curitiba (PR), em protesto contra a votação do pacote de ajuste fiscal pelos vereadores.
Servidores públicos fazem passeata da Praça 19 de Dezembro até a prefeitura de Curitiba (PR), em protesto contra a votação do pacote de ajuste fiscal pelos vereadores.
Foto: Mariana Franco Ramos / Especial para Terra

Primeiro turno

Na segunda-feira (26), a Ópera amanheceu cercada por policiais militares, que só permitiam a entrada de pessoas autorizadas. Os parlamentares se reuniram no palco, enquanto assessores e jornalistas ficavam em "camarotes" no piso superior. Impedidos de participar, milhares de funcionários públicos protestaram em frente à Pedreira Paulo Leminski, que fica ao lado, com faixas, apitos e megafones. 

Um helicóptero da Polícia Militar (PM) sobrevoava o local. Do "plenário" improvisado, era possível observar bombas de efeito moral sendo atiradas. Por diversas vezes, o clima ficou tenso. A Secretaria de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp) informou que 24 pessoas, sendo 14 manifestantes e dez policiais, ficaram feridas.

O Sismuc, contudo, contou que muitos trabalhadores precisaram ser hospitalizados e que inúmeros outros tiveram escoriações, ferimentos ou passaram mal, atingidos por balas de borracha, spray de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo.

Também o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (Sindijor-PR) repudiou as agressões sofridas por ao menos 13 profissionais de imprensa. Um deles foi atingido por bala de borracha, enquanto outro contou que um PM o bateu com cassetete. Houve relatos, ainda, de jornalistas hostilizados e agredidos por servidores, críticos à cobertura da mídia. "Tornou-se hábito jornalistas serem alvo de violência de ambas as partes. É inadmissível que isso persista", disse o Sindijor, em nota.

A assessoria de imprensa da Secretaria informou que a PM deteve três pessoas: por carregar spray de pimenta, por portar cocaína e por desrespeitar a área disponível para a imprensa e assessores. Esse último teria desacatado os policiais e usado de força. 

Projetos

Além da reforma na previdência, que inclui aumento da contribuição pelos servidores, o "pacotaço", que agora segue para sanção do prefeito, abrange: a suspensão da data-base e dos planos de carreira; o leilão de dívidas da prefeitura e a criação de uma lei de responsabilidade fiscal do município. As medidas tramitavam em regime de urgência e, por essa razão, trancavam a pauta. O Executivo justifica que o ajuste é necessário para colocar as finanças da administração em dia.

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Fonte: Especial para Terra
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