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'Decisão que libertou André do Rap é lamentável', diz Doria

Traficante foi solto por decisão do ministro Marco Aurélio Mello, do STF, mas Fux suspendeu a liminar

14 out 2020 - 13h30
(atualizado às 13h34)
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O governador João Doria (PSDB) classificou como "lamentável" a decisão do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que libertou André Oliveira Macedo, o André do Rap, e afirmou que está confiante no julgamento que ocorrerá na tarde desta quarta-feira, 14, no plenário da Corte.

"Estou confiante na decisão que o Supremo deverá chegar hoje à tarde. Será uma decisão seguramente justa. Quero reafirmar que fico indignado quando um criminoso condenado duas vezes em segunda instância é libertado por uma decisão monocrática de um juiz do STF. A imagem deste criminoso saindo de um presídio de segurança máxima pela porta da frente é um deboche à opinião publica e à polícia de São Paulo e também àquelas pessoas que acreditam que o crime deve ser condenado e criminosos devem cumprir a pena na cadeia. A polícia de São Paulo levou meses pra chegar a este chefe do PCC. É lamentável que um líder do PCC tenha sido libertado por um magistrado experiente", disse.

João Doria (PSDB), governador de São Paulo, em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes.
João Doria (PSDB), governador de São Paulo, em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes.
Foto: Divulgação/Governo do Estado de SP / Estadão Conteúdo

Preso havia pouco mais de um ano, André Oliveira Macedo, o André do Rap, teve seu pedido de habeas corpus atendido pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, na última sexta-feira, 9. A decisão foi suspensa no dia seguinte pelo ministro Luiz Fux, mas o homem forte do Primeiro Comando da Capital (PCC) já havia deixado a Penitenciária de Presidente Venceslau e está foragido. O plenário do STF deve julgar nesta quarta-feira o caso.

Nesta terça, 13, a Polícia Civil de São Paulo incluiu André do Rap em sua lista de mais procurados. O traficante também teve o nome incluído na lista de procurados do Ministério da Justiça e Segurança Pública e a Polícia Federal também pediu a inclusão dele na difusão vermelha da Interpol.

Doria já havia usado redes sociais para criticar a decisão de Marco Aurélio e elogiar o presidente da Corte, Luiz Fux. Na ocasião, o governador disse que a liminar causa 'perplexidade' e afirmou que a determinação foi um 'ato de desrespeito' com o trabalho da Polícia de São Paulo e demonstrou 'uma condescendência inaceitável com criminosos'. Ele também já havia pedido que o Congresso faça alterações na lei anticrime para manutenção de prisões preventivas. Entendo que o Congresso também deve tomar medidas para alterar o projeto aprovado pelo presidente Bolsonaro, que precisa ser revista, para que isso não mais aconteça.

No final de semana, a Secretaria de Segurança de São Paulo informou que colocou policiais dos departamentos Estadual de Investigações Criminais (DEIC), de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) e de Operações Policiais Especiais (DOPE) em busca de André do Rap.

"Ele não ficou na sua casa esperando que a polícia voltasse à sua porta. Ele foi para Maringá, depois se dirigiu a outra cidade e aparentemente, ao pegar um jatinho, foi para o Paraguai, Bolívia ou Colômbia. A polícia de São Paulo acionou a Polícia Federal. E a PF acionou a Interpol e ele está entre os mais procurados. E juntas as polícias daqui estão tratando de reencontrá-lo, e com colaboração da Interpol, vamos colocá-lo numa prisão de segurança máxima", disse Doria.

André do Rap teve a prisão temporária decretada em abril de 2014, junto com outros 10 suspeitos, após a deflagração das Operações Hulk e Overseas pela Polícia Federal. Ele foi preso em 15 de setembro de 2019, após passar cinco anos foragido. À época, ele foi encontrado pela polícia em uma mansão em Angra dos Reis, na Costa Verde fluminense.

Estadão
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