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Desabrigados por rompimento de barragens vão ficar em hotéis

Prefeito do município de Mariana afirmou que moradores terão a "dignidade que merecem"

6 nov 2015 - 19h12
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Foto: Agência Brasil

As famílias que perderam suas casas em consequência do rompimento das barragens da mineradora Samarco, no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, Minas Gerais, vão deixar o ginásio onde estão abrigadas, em Mariana, e serão levadas para hotéis da cidade e de municípios vizinhos.

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“Por meio da Secretaria de Ação Social entramos em contato com todos os hotéis e estão sendo levantadas as vagas. Estamos com 500 a 600 pessoas [desabrigadas], se a cidade de Mariana não comportar em hotéis, vamos para Ouro Preto e Santa Bárbara, para que as pessoas tenham a dignidade que mereçam e isso vamos cobrar”, disse o prefeito de Mariana, Duarte Júnior.

Segundo Duarte, a Samarco está dando todo o apoio e os diretores se disponibilizaram a pagar a locação dos imóveis para essas famílias. O prefeito agradeceu ainda as doações e os voluntários que trabalham na organização e apoio aos desabrigados.

As barragens de Fundão e Santarém, da Samarco, se romperam na tarde de quinta-feira (6), inundando a região com lama, rejeitos sólidos e água usados no processo de mineração. O município de Barra Longa, distante 60 quilômetros do local da tragédia, também foi atingido.

MG: bombeiros sobrevoam área inundada após rompimento :

Sobre as causas do rompimento, Duarte disse que isso ainda não foi confirmado, mas informou que alguns funcionários da mineradora relataram um certo abalo e movimentação no solo onde estavam trabalhando. “Mas é muito prematuro dizer que foi isso. Nós vamos acompanhar a fiscalização e, no momento oportuno, vamos cobrar para que cada um assuma suas responsabilidades”, afirmou.

O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, que esteve no local da tragédia, disse que não haverá a necessidade imediata de recursos emergenciais, mas, segundo ele, assim que passar a situação de socorro às vítimas, serão providenciadas a recuperação das estradas que foram e pontes destruídas. “Cada coisa a seu tempo, agora vamos localizar os que estão desaparecidos e fazer inventário dos danos”.

Foto: EFE

Ministério Público

O promotor de Justiça de Mariana, Antônio Carlos de Oliveira, disse que uma equipe de técnicos do Ministério Público de Minas Gerais, com um perito em barragens, sobrevoou a área e está cuidando da avaliação específica dos danos ambientais, se há alguma medida técnica emergencial a ser tomada, para, após as avaliações, verificar as causas e a responsabilidade do desastre.

“O Ministério Público está atuante nas duas áreas [do dano ambiental e do atendimento às vítimas] e, assim que tivermos os elementos mínimos necessários, vamos entrar com ações judiciais, se for o caso. Acho que não vai ter necessidade, pelo que eu, já há 20 anos em Mariana, conheço da postura da empresa. Não estou defendendo a empresa, estou defendendo o passado que eu tenho com ela. E todas as vezes que ouve dano ambiental, e não é a primeira vez que a Samarco causa danos ambientais, a empresa se prontificou a solucionar o problema sem a necessidade de ingresso de ação”, disse Oliveira.

Segundo o promotor, o último laudo recebido sobre a situação técnica da barragem, feito há um ano e meio pelo órgão ambiental, indicava que ela estava em perfeita situação. “O licenciamento ambiental prevê o risco e as situações caso haja o rompimento da barragem. Se houve ou não o implemento dessas situações de emergência, é isso que estamos apurando lá”.

Agência Brasil Agência Brasil
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