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Diante de crise no abastecimento, procura por água mineral dispara no Rio

Aumento do consumo já faz produto faltar nas prateleiras dos supermercados; em algumas lojas só se encontra água mineral importada, com preços acima de R$ 20 a garrafa

17 jan 2020 - 19h46
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RIO DE JANEIRO - A venda de água mineral dobrou no Rio desde o início deste ano por causa da crise da contaminação da Estação de Tratamento de Guandu com geosmina. Trata-se de uma substância orgânica, formada por algas, que confere gosto e cheiro de terra ao produto que sai das torneiras. O aumento repentino do consumo já está provocando a escassez do produto.

Nesta sexta, 17, nos principais supermercados de Copacabana, na zona sul, só havia água mineral importada. Havia versões francesa, italiana ou dinamarquesa do produto, a preços altos, a partir de R$ 21 a garrafa de 750 ml.

"As pessoas estão saindo até no tapa dentro dos mercados para conseguir uma garrafa de água mineral que não seja importada", afirmou o jornaleiro Julio Bruno, que vende água e refrigerante em sua banca.

Dados da Associação Brasileira de Indústria de Água Mineral (Abinam) mostram que foram vendidos 240 milhões de litros em garrafões retornáveis de 20 litros, o dobro do que é normalmente vendido nos meses de verão. No caso da venda de água em embalagens descartáveis, foram 180 milhões de litros, 50% acima do normal nesta época do ano.

"Não há falta de água mineral", garantiu o presidente da Abinam, Carlos Alberto Lancia. "O que estamos enfrentando é um problema de logística."

O presidente da Associação de Supermercados do Estado do Rio (Asserj), Fábio Queiroz, afirmou que a rotina de distribuição do produto já foi alterada para tentar evitar desabastecimento. "Aplicando uma logística acelerada, as produtoras de água mineral estão trabalhando a todo vapor, além de terem aumentado a circulação dos caminhões", informou Queiroz. "Novos fornecedores de água já estão sendo cadastrados nas lojas, inclusive de Estados vizinhos, para ajudar no abastecimento."

Carlos Alberto Lancia informou ainda que a capacidade instalada de produção de água mineral é equivalente ao triplo da quantidade vendida em 2019 (1,6 bilhão de litros). Algumas empresas já estão convocando um segundo turno de trabalhadores para aumentar a produção. Uma reunião do setor está marcada para o próximo dia 23 no Rio.

Estadão
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