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Dilma anunciará novas medidas para melhorar transporte público no País

24 jun 2013 - 16h15
(atualizado às 16h32)
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<p>Dilma Rousseff se reúne com representantes do Movimento Passe Livre (MPL) no Palácio do Planalto</p>
Dilma Rousseff se reúne com representantes do Movimento Passe Livre (MPL) no Palácio do Planalto
Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil

O ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, afirmou nesta segunda-feira que a presidente Dilma Rousseff anunciará novas medidas para reduzir as tarifas de transporte público e melhorar a infraestrutura do sistema no País. O anúncio será feito ainda hoje, após uma reunião da presidente com governadores e prefeitos.

Aguinaldo Ribeiro concedeu entrevista coletiva à imprensa após uma reunião de duas horas com a presidente Dilma e representantes do Movimento Passe Livre (MPL). O ministro afirmou que o encontro de hoje foi apenas o começo das negociações. "Tivemos a primeira conversa de muitas", disse o ministro, que participou do encontro ao lado do secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, no Palácio do Planalto.

Aguinaldo Ribeiro afirmou que a reunião de hoje abordou medidas que já foram anunciadas pelo governo para melhorar a qualidade do transporte público nas principais cidades do País. Segundo o ministro, a equipe do governo também informou aos membros do MPL sobre os planos de um pacto com os governos estaduais e as prefeituras para melhorar o sistema de transporte coletivo.

Ribeiro garantiu que o governo federal vem fazendo sua parte ao desonerar impostos do transporte público e também ao investir em infraestrutura na mobilidade urbana.

"Investir em infraestrutura é também reforçar a política no nível de serviço na qualidade. Os investimentos que estão sendo feitos e a agilidade será assunto que acontecerá nos próximos minutos", disse o ministro, referindo-se à aguardada reunião com prefeitos de 26 capitais e todos os governadores do País.

Ribeiro afirmou que o volume de investimento em mobilidade urbana é de R$ 88,9 bilhões,­ dos quais R$ 30 bilhões já foram contratados. Ele fez um mea culpa ao afirmar que "a qualidade de serviço (de transporte público) necessariamente precisa melhorar", mas culpou a herança recebida. "Há 30 anos não se investia em questão de mobilidade no País", afirmou.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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