Dilma fecha discussão e não constrói com sociedade, diz Marina Silva
Ex-senadora e possível candidata nas eleições presidenciais de 2014, Marina Silva enxerga na reação de Dilma Rousseff ante os protestos uma postura impositiva que busca dar respostas sem buscar construí-las com a sociedade e a classe política. Entrevistada pelo jornal Estado de S. Paulo, Marina - atualmente sem partido e em busca da formação da Rede Sustentabilidade - vê com olhos otimistas o momento de efervescência social do País e defende a realização de um plebiscito que não seja imposto pelo governo.
"Era óbvio que a ideia de fazer um discurso orientado pelo marketing não iria funcionar. Depois houve a tentativa de anúncio ancorado pela orientação política partidária dela, no velho estilo de chamar os governadores para anunciar para eles, em vez de conversar, em vez de anunciar para a sociedade e de construir com ela. Fechar a discussão entre Palácio, governadores e Congresso é não levar em consideração o que está sendo dito a todos nós", resumiu Silva sobre os atos de Dilma em reação aos protestos. "Isso que está acontecendo no Brasil é de uma riqueza política, social e cultural tão grande que vamos levar muito tempo ainda para ter uma medida", analisou, defendendo que se realize um plebiscito sobre a reforma política "desde que a gente saiba quem é que vai fazer as perguntas. Elas não podem ser formuladas apenas pelo Palácio e pelo Congresso."