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Duque de Caxias faz teste rápido para hepatites virais

Secretaria de Estado de Saúde instalou uma unidade móvel com testagem rápida para diagnosticar a doença

31 jul 2014 - 16h54
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Para combater as hepatites virais, a Secretaria de Estado de Saúde instalou nesta quinta-feira, na Praça do Pacificador, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense, uma unidade móvel com testagem rápida para diagnosticar a doença. A iniciativa, que marca a passagem do Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais e também da semana de combate a esse tipo de doença, oferecerá aos moradores da região oportunidade de fazer os testes até as 17h de amanhã. A unidade móvel instalada na Praça do Pacificador tem capacidade para fazer 300 testes.

De acordo com a Secretaria de Saúde, a iniciativa reforça a importância do diagnóstico, já que estima-se que haja subnotificação de casos. Entre 2005 e 2013, foram registrados no estado do Rio 5.870 casos confirmados de hepatite B e 7.683 casos de hepatite C. Para a secretaria, o número está abaixo do estimado, com taxa de prevalência de 4,3 casos de hepatite B e de 10,1 casos de hepatite C por 100 mil habitantes. A subnotificação é um problema grave identificado pela secretaria, pois muitas pessoas convivem com o vírus e não sabem, porque a doença é "silenciosa".

A coordenadora estadual de Hepatites Virais da Secretaria de Saúde, Clarice Gdalevici, disse que existem cinco tipos de hepatites virais – A, B, C, D e E – e que cada uma tem sua forma de transmissão e sintomas e pode ser prevenida tomando-se os devidos cuidados. "A doença evolui sem sintomas ou sinais. Até o momento, reconhecemos cinco tipos de vírus que causam hepatite. A hepatite A e a E são as de transmissão oral e fecal. A B, a C e a D são transmitidas pelo sangue e por meio de relações sexuais", explicou Clarice.

Segundo Clarice, a hepatite B é essencialmente uma doença sexualmente transmissível, embora também pode ser contraída pelo sangue. Já a hepatite C é basicamente transmitida pelo sangue e por materiais não descartáveis, em situações em que a agulha penetra na pele ou em mucosas. Também pode ser sexualmente transmissível, mas com muito menos intensidade que a hepatite B. Para ambas, valem as recomendações de uso de preservativos e cuidados em algumas práticas sexuais", recomendou a especialista. 

Ela esclareceu que não existe uma hepatite mais perigosa que a outra. As hepatites B e C dependem mais do tipo de evolução e de como o organismo vai reagir. "Por isso, o mais importante é a pessoa identificar se tem o vírus e procurar um médico capacitado para acompanhar o caso", completou a médica. "Pelos exames, o médico identifica o estágio da doença", disse Clarice.

"Há pacientes em que a doença evolui lentamente e ficam anos sem ter problemas graves de fígado e outros que, por causa do próprio sistema imunológico, têm uma doença rápida, muito agressiva e que leva à morte. O número de mortes é crescente", alertou. Lamentando que algumas pessoas morram de  cirrose ou câncer de fígado, a coordenadora de Hepatites Virais enfatizou que, por isso, é fundamental a avaliação médica depois do diagnóstico e, em seguida, o tratamento adequado.

O objetivo da atual campanha é identificar os tipos B e C, que são as hepatites com mais risco de evolução para uma doença crônica, como cirrose e câncer de fígado.Os tipos B e C tèm curso silencioso, não têm a apresentação comum de hepatite aguda, com o paciente com olhos amarelos, urina escura, mal-estar e enjoo. Por isso, a maneira de identificar o vírus mais precocemente é fazendo exames. No teste rápido, o resultado sai em meia hora. O profissional de saúde tira uma gota de sangue do dedo e o resultado do laboratório diz se a pessoa já teve contato com o vírus B ou C. A partir daí, se houver algum caso positivo, o paciente será avaliado e encaminhado para o tratamento.

"Hoje em dia, temos tratamento para as hepatites B e C – ainda não é uma cura no número total de casos, mas já estão sendo desenvolvidas, cada vez mais, drogas que prometem evolução mais favorável desses casos", disse a médica. Segundo ela, a vacina para a hepatite B já é oferecida nos postos de saúde. "A vacina está no calendário oficial e é oferecida desde o nascimento até os 49 anos."

A especialista explicou que o Ministério da Saúde limita a idade para aplicação da vacina para que possa cobrir as populações que têm mais facilidade de transmitir ou de pegar a hepatite B. "Para ficar imunizada pelo resto da vida, a pessoa deve tomar três doses. Quanto à hepatite C, infelizmente não tem vacina." As hepatites B e C são infecções frequentemente assintomáticas, ou seja, não apresentam sintomas. A maioria das pessoas só descobre que tem, ou já teve hepatite B ou C, depois de alguns anos e, muitas vezes, por acaso, quando realizam testes sorológicos para esses vírus.

Apesar de ser uma doença assintomática em muitos casos, as hepatites B e C podem causar cansaço, dor no corpo, dor de estômago, olhos e pele amarelados e urina escura. O doente deve procurar uma unidade de saúde e se submeter a um teste sanguíneo– apenas o exame de sangue confirma esses dois tipos da doença.

Agência Brasil Agência Brasil
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