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Em alerta, shoppings têm dificuldades para lidar com "rolezinhos"

Evento que aconteceria neste sábado foi cancelado pelos organizadores no Facebook. Havia mais de 9 mil presenças confirmadas

14 dez 2013 - 14h43
(atualizado às 14h46)
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Às vésperas da principal data para o comércio varejista, o Natal, os shoppings centers da capital paulista estão em alerta para o que se convencionou chamar de "rolezinho". Organizados por jovens da periferia da capital, eles elegeram os centro de compras para reunir um grande número de pessoas em um horário pré-determinado, com o objetivo obter um local com boa infra-estrutura para se divertirem, o que invariavelmente não possuem em seus locais de origem.

Na última semana, o shopping Metrô Itaquera, na zona leste da capital paulista, se viu com mais de seis mil jovens. Criado como evento na rede social Facebook, sem muito compromisso por dois irmãos, de 14 e 17 anos, o rolê "Shopping Aricanduva Looootadão" com o objetivo de diversão, "conhecer novos amigos, tirar umas fotos e dar uns beijos", teve repercussão que surpreendeu até os organizadores, que jamais contaram com a possível presença de tanta tenta gente na tarde deste sábado. Até quinta-feira, havia mais de 9 mil pessoas confirmadas, o que deixou os lojistas apavorados. Os próprios organizadores, depois da repercussão, tiraram o convite do ar.

"Depois do ocorrido em Itaquera, conversamos com a Secretaria de Segurança Pública pedindo uma ação enérgica e rápida para casos análogos a esse. Em Itaquera, a segurança se viu incapacitada para agir com uma multidão como aquela e acabou havendo algum transtorno, com o shopping tendo de fechar mais cedo", diz Luis Ausgusto Ildefonso, diretor de Relações da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop).

Segundo ele, com o uso da Internet, esse tipo de ação pode se multiplicar e deve ser tratado como casos de segurança pública. "Nós fizemos um ofício à Secretaria de Segurança Pública, que está atenta ao que está ocorrendo, mas não divulgou qualquer tipo de estratégia para lidar com esses casos, justamente para que a ação possa ser mais efetiva, caso necessário", disse.

O promotor de Habitação, José Carlos Freitas, tem uma visão diferente do assunto. "Ao mesmo tempo em que protegem os lojistas, os shoppings têm a obrigação de proteger o consumidor. Só que também não pode discriminar o sujeito que frequenta o baile funk a partir de estereótipos como a roupa, por exemplo – ele atende o público, é responsável pela segurança dele e de seus funcionários, mas sem discriminação”, alertou o promotor.

Ele defendeu que os estabelecimentos "ao menos melhorem aos mecanismos de triagem do público" e citou medidas da sede do próprio MP, como porta de acesso com detector de metais, como exemplos

Investigação

Os problemas gerados pelos bailes funk na capital paulista também são alvo de do Ministério Público estadual, onde as promotorias de Habitação e Urbanismo, Infância e Juventude e Meio Ambiente investigam o caso.

A apuração teve início em abril deste ano com o promotor de Habitação, José Carlos Freitas, e apenas em relação aos bailes realizados na região do M’Boi Mirim, zona sul da cidade. A investigação foi ampliada para toda a capital, já que, pelas informações repassadas a Freitas pela Polícia Militar, infrações relacionadas aos “pancadões”, como os bailes são popularmente conhecidos, estariam ocorrendo em todas as regiões.

O trabalho de várias promotorias foi necessário, conforme o promotor, em função dos tipos de infrações cometidas: de participação de crianças e adolescentes nesses eventos a ocupação de vias públicas, além de perturbação do sossego da vizinhança, consumo indiscriminado de álcool e drogas nas ruas e falta de autorização para realização dos bailes.

Na próxima terça-feira, o MP sedia uma reunião entre os promotores e representantes da PM e das secretarias municipais de Segurança Urbana, Cidadania e Direitos Humanos e de Coordenação das Subprefeituras para tentar deliberar ações que contenham essas festas.

"A ideia é que a Prefeitura aloque clubes das comunidades e CEUs (Centros Educacionais Unificados), nas periferias, para dar alternativas culturais, esportivas e recreativas a esses jovens e eles não fiquem ociosos. Não existe a Virada Cultural? ", citou Freitas. "Em cima das propostas, o trabalho tem que ser conjunto. Mas, até agora, a Prefeitura não se manifestou sobre isso, nem confirmou presença na reunião, completou.

Fonte: Terra
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