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Em dia de rotina normal, Rio registra confusão em protesto

11 jul 2013 - 17h43
(atualizado às 19h13)
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<p>Agências bancárias colocam tapumes nos bancos do entorno da prefeitura como medida de segurança contra depredações durante protestos</p>
Agências bancárias colocam tapumes nos bancos do entorno da prefeitura como medida de segurança contra depredações durante protestos
Foto: Reynaldo Vasconcelos / Terra

A greve geral convocada para esta quinta-feira pouco afetou a rotina dos moradores do Rio de Janeiro. O transporte público funcionou normalmente, assim como hospitais e algumas escolas que ainda têm aula. Cerca de 2 mil manifestantes ligados às centrais sindicais caminhavam pela avenida Rio Branco, em direção à Cinelândia, por volta das 17h. Diversos bancos e lojas optaram em cercar os estabelecimentos com tapumes, temendo que houvesse confusão e quebra-quebra durante a passeata.

Em um momento da manifestação, no entanto, a Polícia Militar usou bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta para afastar cerca de 50 jovens que protestavam contra a prisão de um dos integrantes do grupo, na altura da Candelária. O rapaz foi detido por quebrar uma vidraça da Igreja da Candelária e encaminhado para a delegacia. Com o uso de bombas de efeito moral usado pela PM, várias pessoas ficaram com os olhos lacrimejando e reclamaram do uso da força pelos militares do 5° Batalhão da Polícia Militar, responsáveis pelo policiamento na região central da cidade.

Dezenas de manifestantes concentrados na Candelária estavam com os rostos cobertos com capuz preto e alguns deles fumavam maconha na área de concentração da passeata. Os jovens atiraram paus e pedras nos militares. Os organizadores da manifestação pediam por meio do carro de som às pessoas para ninguém cobrir o rosto, "porque não vamos aceitar provocações".

No centro da cidade, boa parte das agências bancárias não funcionou, ou encerrou o expediente mais cedo. Na orla da zona sul, o fluxo de pessoas foi normal para um dia de sol, ainda que em pleno inverno, na temporada de férias. As praias de Copacabana e Ipanema ficaram vazias na tarde desta quinta-feira. Boa parte de quem preferiu aproveitar o belo dia de sol na praia era composta por turistas.

“O movimento está bem normal por aqui. Não deu para notar nenhum diferença hoje, por causa da greve. Acho que pouca gente parou, e quem não trabalhou, não optou pela praia”, afirmou o vendedor Marcelo Lacerda, dono de uma barraca nas areias da praia do Leme.

Nos pontos de ônibus de Copacabana, os passageiros não tiveram qualquer problema para embarcar em um dos coletivos. Os rodoviários decidiram não parar. Quem optou pelo metrô, trens ou barcas também não enfrentou problemas por falta de trabalhadores atuando na operação.

O comércio da região, assim como hospitais e postos de saúde, também apresentaram funcionamento normal.

Protesto é por questões trabalhistas

O protesto foi organizado por diversas entidades, entre elas, Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Sindicato dos Bancários e Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal do Rio de Janeiro (Sintrasef). O presidente da UGT no Rio de Janeiro, Nilson Duarte Costa, espera que o governo escute as reivindicações dos trabalhadores. “Com este movimento, esperamos que o governo nos escute, nos veja e nos atenda. As coisas estão mudando, assim como aconteceu nas manifestações do movimento estudantil, e nós da classe trabalhadora não podemos ficar parados. Chegou a vez dos trabalhadores”, disse.

O vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos Marco Antônio Lagos, o Marquinho da Força, espera que a manifestação seja pacífica. Ele informou que a pauta se restringe às questões trabalhistas. “Hoje as pautas não incluem plebiscito e reforma política, porque é um ato exclusivamente reivindicando direitos trabalhistas e melhores condições de vida para a população”, explicou.

O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas, Farmacêuticas, de Tintas e Vernizes, de Sabão e Velas e de Plásticos do Rio de Janeiro (Traquimfar), Alberto Kirsten, defendeu melhores condições de trabalho. “Queremos trabalhadores 'modelo Fifa', por isso, estamos reivindicando mudanças na carga horária e jornada de trabalho de 40 horas”, esclarece

O diretor do Sintrasef, Geraldo Nunes Pereira, disse que a categoria está revindicando aumento de 5%. Ele explicou que o reajuste está previsto para 2015, mas a categoria quer que seja liberado no ano que vem. “Queremos adiantar para 2014, porque o aumento recebido em janeiro, a inflação comeu”, afirmou.

Veja a lista divulgada pela Força Sindical das cidades que devem participar do dia de paralisações:

ESTADO

CIDADES

Amazonas

Manaus

Alagoas

Maceió

Bahia

Salvador, Itabuna, Alagoinhas, Brumado, Caetité, Jequié, Camaçari, Nazaré, São Roque e Itabuna

Ceará

Fortaleza

Distrito Federal

Brasília

Espírito Santo

Vitória

Goiás

Catalão e Anápolis

Mato Grosso

Cuiabá

Mato Grosso do Sul

Campo Grande

Minas Gerais

Belo Horizonte e Ipatinga

Pará

Belém

Paraná

Curitiba

Pernambuco

Recife

Rio de Janeiro

Rio de Janeiro, Volta Redonda e Resende

Rio Grande do Norte

Natal

Rio Grande do Sul

Porto Alegre e Região Metropolitana

Santa Catarina

Florianópolis, Criciúma, Itajaí e Chapecó

São Paulo

São Paulo, Osasco, Santo André, Guarulhos, São Caetano, Santos, Barretos, Marília, Campinas, Piracicaba, Ribeirão Preto, Franca, Santos, Sorocaba, São José dos Campos, Lorena, Araçatuba, entre outras.

Sergipe

Aracaju

Com informações da Agência Brasil

Fonte: Terra
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