Em Santo André, auxiliar de almoxarifado mata mulher e esconde o corpo em geladeira
Em outro caso de feminicídio no ABC, homem é preso após atropelar e matar a tiros a companheira
SÃO PAULO - Dois casos de feminicídio foram registrados em Santo André, na região metropolitana de São Paulo, na última segunda-feira, 18.
O auxiliar de almoxarifado Lucas Alves da Silva Santos, de 24 anos, foi preso em flagrante após ter matado a mulher, a técnica de enfermagem Engel Sofia Pironato, de 21 anos, por volta das 19h30 de segunda-feira, no Parque Marajoara, em Santo André.
A Polícia Militar foi informada pelo Centro de Operações do Corpo de Bombeiros que o criminoso estaria fugindo da cena do crime.
O veículo em que Santos estava foi localizado, e ele confessou que havia matado sua companheira.
O auxiliar levou os policiais até o imóvel onde residia. O corpo da vítima foi localizado no interior de uma geladeira sem funcionamento.
Eles se conheciam há pelo menos seis anos. Santos teria matado a namorada porque não tinha se conformado com o término do namoro.
Foram solicitados exames de perícia ao Instituto de Criminalística (IC) e ao Instituto Médico Legal (IML).
O caso foi registrado como homicídio qualificado com agravante de feminicídio e violência doméstica no 1ºDP de Santo André pelo delegado Dimitrius Moraes Costa.
Ainda em Santo André, Manoel Gomes de Oliveira, de 43 anos, foi preso após atropelar e matar a tiros a companheira, Elieide Rodrigues de Oliveira, de 38 anos, no Jardim Rina, na tarde de segunda-feira. A polícia foi chamada para atender uma ocorrência de disparo com arma de fogo com vítima.
No local, viram a mulher caída no chão. Ela não resistiu aos ferimentos e morreu no Centro Hospitalar Municipal, em Santo André.
Testemunhas anotaram a placa do veículo e informaram aos policiais. O crime foi filmado por câmeras de segurança da rua.
O criminoso atropelou a companheira e depois desceu do carro para realizar os disparos contra ela. Ele fugiu do local, trocou tiros com policiais, no bairro Iguatemi, na zona leste da capital paulista, e foi preso em flagrante por outra equipe da PM que localizou o veículo do autor do crime.
Os PMs deram ordem de parada e solicitaram que o homem desembarcasse do carro. Ele desceu com a arma nas mãos e atirou contra os policiais que revidaram. Ele confessou o crime.
Oliveira foi ferido durante o confronto e encaminhado ao Hospital Santa Marcelina, na zona leste, onde permanece internado sob vigilância policial.
Foram solicitados exames de perícia ao IC e ao IML. Uma arma calíbre 38, o carro e demais pertences de Oliveira, bem como o celular da vítima, foram apreendidos.
A ocorrência foi registrada como homicídio qualificado com agravante de feminicídio, legítima defesa, lesão corporal, porte ilegal de arma de fogo e uso não permitido no 53ºDP (Parque do Carmo), mas foi encaminhado ao 5ºDP de Santo André, responsável pela área dos fatos.
Também foi solicitada a prisão preventiva do autor à Justiça.
Outro caso. Ainda na segunda-feira, o Batalhão de Operações Especiais foi acionado para uma ocorrência com refém na zona leste de São Paulo. Uma equipe do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) foi deslocada para o atendimento.
O indivíduo de 30 anos estava armado com uma faca e um martelo. Ele mantinha a ex-namorada como refém, dentro da sua casa.
Após a negociação, a equipe do GATE conseguiu liberar a vítima e prender o criminoso.
FEMINICÍDIO
Os últimos anos têm sido marcados pelo aumento no número de casos de feminicídios que chegam ao Poder Judiciário, informou o Conselho Nacional de Justiça. Desde 2016, quando esses crimes passaram a ser acompanhados pelo colegiado, a quantidade de processos só cresce, informou a Agência CNJ de Notícias. Em 2018, o aumento foi de 34% em relação a 2016, passando de 3.339 casos para 4.461.
Os tribunais de Justiça também perceberam crescimento no número de processos pendentes relativos à violência contra a mulher.
Em 2016, havia 892 mil ações em tramitação na Justiça. Dois anos depois, esse número cresceu 13%, superando a marca de um milhão de casos. Os dados dos tribunais foram consolidados pelo Departamento de Pesquisas Judiciárias (DPJ/CNJ).