Em versão híbrida, 11ª Virada Sustentável discute o que mudar no pós-pandemia
Programação do evento vai de 2 a 22 de setembro; instalação de intervenções urbanas em espaços de São Paulo já começou
A Virada Sustentável chega à 11.ª edição neste ano com uma programação híbrida e que discute o que mudar no mundo para o pós-pandemia. As atividades começam oficialmente nesta quinta-feira, 2, mas intervenções artísticas já começaram a ser espalhadas por mais de 400 espaços de todas as regiões de São Paulo. O evento, que tem o Estadão como parceiro, tem participação gratuita e ocorre até 22 de setembro.
Um dos idealizadores do evento, André Palhano descreve a edição deste ano como "uma grande campanha de utilidade pública". Isto ocorre de distintas formas, especialmente em dois eixos: o do fórum, com palestras e mesas de debates, e o das atividades artísticas, com performances, shows, peças teatrais, intervenções urbanas e apresentações em geral. Dentre os temas discutidos, estarão economia circular, reciclagem, redução de emissões, diversidade, habitação, Amazônia, equidade de gênero e urbanismo, dentre outros.
Uma das ações que destaca é a #MinhaMensagem, na qual 100 organizações da sociedade civil de porte e propostas variadas (como Instituto Igarapé, Rios e Ruas e Think Olga, por exemplo) foram convidadas a elaborar uma frase sobre o que querem para o mundo do pós-pandemia. "É uma ocupação criativa e visual da cidade", resume Palhano.
Estas declarações foram, então, transformadas em artes que estão sendo espalhadas pela cidade com murais adesivados, projeções mapeadas e grafite em escadarias de estações do Metrô, empenas de edifícios, fachadas de CEUs e outros espaços. "São milhões de pessoas que vão ser impactadas por uma mensagem, uma reflexão (enquanto circulam pela cidade)", comenta.
Ele emenda: "Tem esse norte, depois deste chacoalhão na humanidade (a pandemia), de pensar e ouvir quem está trabalhando com temas importantes, de quem tem conhecimento e ciência sobre o que está acontecendo e que a gente precisa saber também."
Parte dessas intervenções permanecerão, o que inclui os murais gigantes nos CEUs, com participação de 14 artistas, como Linoca Souza e Karina Kot, com 4,8 mil metros quadrados de área grafitada. Além disso, o Parque do Povo ganhará a escultura "Broto", do artista Jaime Prades, de 7 metros de altura e feita com aço.
O formato híbrido será um pouco distinto da experiência de 2020, pois incluirá atividades com um público presencial restrito e que também serão transmitidas pela internet. "Será para um pequeno público ao vivo e um grande público nas redes e nos portais, como o do Estadão", diz Palhano. Segundo ele, somente no Instagram, a edição passada chegou a alcançar 8 milhões de pessoas.
Depois de São Paulo, o evento terá atividades em Salvador, Porto Alegre e Manaus. Mesmo após a pandemia ser vencida, as próximas viradas manterão o formato híbrido, pelo ambiente digital funcionar como um amplificador da programação, que pode ser acompanhada de qualquer lugar.
A 11.ª Virada ocorre em um ano marcado por eventos climáticos extremos e a divulgação recente do relatório do IPCC, que expôs que parte dos efeitos da ação humana sobre o planeta são irreversíveis e que ação imediata para atenuar esta situação é necessária.
"Uma coisa que ninguém gosta de ouvir é que tem um problema sério na sua casa, que você precisa resolver. A gente tem dificuldade de lidar com os desafios pela frente, como as mudanças climáticas, que é um dos principais. Quem sabe com o aprendizado da pandemia, de fato a gente consiga enxergar o planeta como a nossa casa", aponta Palhano.
Destaques
O Fórum Virada Sustentável contará com 26 painéis virtuais, com participação gratuita mediante inscrição pelo site do evento. O maior destaque é a palestra "Mensagens para o Mundo Pós-Pandemia", que ocorrerá às 10h de 13 de setembro. Ela será realizada pelo economista Jeffrey Sachs, professor e diretor do Centro para Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Columbia.
Já Ricardo Young, um dos fundadores do Instituto Ethos, fará o painel de abertura, em 2 de setembro, às 9h30. Outro destaque dos painéis é o debate "Inovação urbana na prática: experiências bem-sucedidas na América Latina", que contará com a apresentação de exemplos de projetos premiados pela Bloomberg Philantropies em Medellín, Guadalajara, Santiago, Bogotá e São Paulo.
Na parte cultural, o evento terá shows de Gal Costa e Lenine para o público em geral, além de Zeca Baleiro (com o espetáculo Zoró Zureta) e do Grupo Triii com a Palhaça Rubra, voltados para o público infantil. A transmissão será feita pelas plataformas digitais do evento.
Outro ponto alto será a apresentação de Évolon, um balé aéreo da CIA BASE que será realizado na Ponte Estaiada, na zona sul, no dia 18 de setembro. Além disso, a exposição Sem Saída levará trabalhos do cartunista estadunidense Andy Singer para a estação Tatuapé do Metrô, todos com a temática da mobilidade urbana.
A programação cultural também reúne mais de 50 atividades presenciais no Centro Cultural São Paulo (CCSP), no centro expandido, incluindo dança, teatro, circo, contação de história e outros. Os ingressos poderão ser reservados pela internet e retirados no local a partir de 30 minutos antes do início.
Além disso, no Dia Internacional da Paz, 21 de setembro, a virada participará do Amanhã da Paz, evento internacional de meditação contará com participantes por todo o globo. A programação completa está disponível no site viradasustentavel.org.br.
Painel com Ricardo Young: 2 de setembro, às 9h30. Online.
Painel Inovação Urbana na Prática: 2 de setembro, às 10h45. Online.
Exposição Sem Saída (Andy Singer): de 2 a 22 de setembro. Estação Tatuapé do Metrô.
Show de Lenine: 4 de setembro, às 20h. Online.
Show de Gal Costa: 11 de setembro, às 20h. Online.
Show de Zeca Baleiro e Banda: 12 de setembro, às 15h. Online.
Palestra de Jeffrey Sachs: 13 de setembro, às 10h. Online.
Évolon (balé aéreo): 18 de setembro, às 12h e às 16h. Ponte Estaiada.