Em vídeo, família de Marielle Franco cobra respostas para assassinato
Crime completa quatro meses neste sábado, 14; Anistia Internacional pede investigação independente
RIO - A família de Marielle Franco (PSOL), junto com a Anistia Internacional, divulgou na manhã deste sábado, 14, um vídeo cobrando respostas sobre o assassinato da vereadora - morta a tiros no dia 14 de março, há exatos quatro meses, junto com seu motorista Anderson Gomes.
Marinete da Silva e Antônio da Silva, pais de Marielle, cobram um posicionamento dos investigadores do crime, que permanecem em silêncio. Na última sexta-feira, a Anistia Internacional pediu a criação de uma comissão externa de especialistas para acompanhar o caso, até agora sem nenhuma resposta.
Caso. Eleita vereadora do Rio de Janeiro em 2016, Marielle era conhecida por defender os direitos das mulheres, com um foco particular na luta das mulheres negras, bem como pelos direitos LGBTI, e por denunciar abusos da polícia e execuções extrajudiciais, principalmente nas favelas. Dias antes de seu assassinato, ela foi nomeada relatora da comissão criada para monitorar a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro.
Marielle e seu motorista, Anderson Gomes, foram mortos a tiros no bairro do Estácio, no Rio de Janeiro, após ela participar de um debate público na noite de 14 de março. Pelo menos 13 tiros foram disparados, quatro deles atingiram Marielle na cabeça. As características dos disparos e o envolvimento entre os dois veículos indicam que foi um assassinato cuidadosamente planejado, realizado por pessoas com treinamento.
A Anistia Internacional exige das autoridades brasileiras que conduzam uma investigação imediata, completa, imparcial e independente que não apenas identifique os atiradores, mas também os autores intelectuais do crime. De acordo com a instituição, a falta de identificação de todos os responsáveis pelo assassinato de Marielle Franco coloca defensores e defensoras de direitos humanos em risco.
O Brasil é um dos países onde mais se mata defensores de direitos humanos. Só em 2017, foram pelo menos 58 defensores assassinados.