Empresa é alvo de operação por revenda de carne que esteve submersa em enchentes no RS
Suspeitos teriam justificado a compra alegando que os produtos seriam destinados à fabricação de ração animal
Uma empresa localizada em Três Rios, cidade situada a cerca de 120 quilômetros do Rio de Janeiro, foi alvo de uma operação conjunta entre a Polícia Civil do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro nesta quarta-feira (20). Batizada de "Operação Carne Fraca", a investigação resultou na prisão de um homem e no cumprimento de oito mandados de busca e apreensão no município do centro-sul fluminense. Os suspeitos são investigados por envolvimento na compra e revenda de alimentos que ficaram submersos durante as enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul em 2024.
De acordo com informações divulgadas pela Polícia Civil, os investigados podem responder pelos crimes de associação criminosa, receptação, adulteração e corrupção de alimentos, devido aos riscos à saúde pública representados pela comercialização dos produtos contaminados em diversas regiões do país.
-1jxzd2ah8xx6e.png)
Tragédia explorada para lucro
As investigações tiveram início na Delegacia de Polícia de Proteção aos Direitos do Consumidor, Saúde Pública e da Propriedade Intelectual, Imaterial e Afins (Decon/Deic) do Rio Grande do Sul. Segundo as autoridades, entre maio e junho de 2024, os sócios da empresa aproveitaram-se do caos causado pelas enchentes no estado para adquirir cerca de 800 toneladas de carne bovina que permaneceram submersas por dias em um depósito localizado em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Os suspeitos teriam justificado a compra alegando que os produtos seriam destinados à fabricação de ração animal.
Entretanto, em vez de cumprir a proposta inicial, as carnes foram revendidas para outras empresas distribuídas em diferentes estados brasileiros. Conforme apuração da Polícia Civil fluminense, a operação gerou um lucro "superior a 1.000%" para os envolvidos, em detrimento da segurança alimentar da população.
Riscos para a saúde pública
A venda de carnes que ficaram submersas compromete gravemente a segurança alimentar, uma vez que a exposição prolongada à água de enchente pode provocar a proliferação de microrganismos nocivos à saúde humana. Além disso, alimentos em tais condições podem conter resíduos tóxicos, como metais pesados e produtos químicos presentes em áreas atingidas por inundações. Por isso, a comercialização desses produtos constitui um grave risco à saúde pública.
-r1l66hdlsig6.jpg)
