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Enfermeira desaparecida foi a Campo Grande encontrar senhora que conheceu na internet, diz advogado

Gabriely Sabino já voltou para casa e contou que fugiu após crise de ansiedade

23 jun 2024 - 19h13
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A enfermeira Gabriely Sabino, de 23 anos, que desapareceu após sair de casa e deixar o carro em um estacionamento, em Piracicaba, interior de São Paulo, e foi encontrada nesta sexta-feira, 21, relatou que estava em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, durante o tempo em que sumiu, com uma senhora que conheceu pela internet, após uma crise de ansiedade, disse o advogado da família, José Oscar Silveira Júnior, ao Estadão.

A família recebeu uma ligação de Gabriely na sexta-feira à noite dizendo que estava no aeroporto de Campo Grande e que embarcaria para São Paulo, conta o advogado. Os pais foram buscar a jovem na manhã do sábado, quando desembarcou, temendo que houvesse algum "cilada", mas lá encontraram a filha, aparentemente sem nenhum tipo de lesão ou agressão.

"A jovem estava bastante reservada. Disse que entrou em um estágio depressivo profundo, mas não se abriu com os pais a respeito. Que conheceu uma senhora há algum tempo pela internet, com quem conversava e a convidou para ir para Campo Grande. Ela então, em uma crise de ansiedade, comprou a passagem e foi até o Mato Grosso do Sul, onde ficou por uma semana sem dar notícias aos pais", relatou Silveira Júnior.

Nesse período em que a filha ficou desaparecida, chamou a atenção dos pais o fato que ela somente visualizava as mensagens, mas não respondia. O número de celular continuou ativo, mas ela não atendia. A mãe da jovem, Cristiane Sabino, acreditava que a filha pudesse estar sendo mantida em cárcere privado por alguém e proibida de fazer contato com a família.

"Nesse primeiro momento, felizes e aliviados por encontrar a filha viva e em segurança, os pais estão respeitando os primeiros dias até que ela queira, eventualmente, acrescentar informações sobre o desaparecimento", afirmou o advogado.

Enfermeira Gabriely estava desaparecida desde o dia 14

Moradora do Parque Orlanda I, em Piracicaba, Gabriely saiu de casa na tarde de 14 de junho para ir ao trabalho e desapareceu. Imagens de câmeras de monitoramento mostram a jovem deixando seu carro em um estacionamento e caminhando em direção ao terminal rodoviário de Piracicaba. Segundo o apurado pela polícia, ela teria tomado um ônibus com destino ao Terminal Rodoviário Tietê, em São Paulo.

Jogo do tigrinho é citado pela família da jovem como um dos possíveis motivos para seu desaparecimento
Jogo do tigrinho é citado pela família da jovem como um dos possíveis motivos para seu desaparecimento
Foto: Alice Labate/Estadão / Estadão

Família suspeita que desaparecimento tenha relação com jogo do tigrinho

Pelo relato inicial do advogado, Gabriely não cita o jogo do tigrinho como um dos motivos para seu sumiço. No entanto, Cristiane disse na sexta-feira que suspeitava que a filha tivesse fugido por contrair dívidas no jogo. Especialistas alertam que os jogos de azar e apostas podem gerar impactos na saúde mental (como ansiedade e depressão) dos jogadores, que muitas vezes ficam endividados devido ao vício.

"Na medida do possível, (ela) está bem, embora psicologicamente bastante abalada, com indícios de depressão. Mas, graças a Deus, ela está bem, com vida, fisicamente bem", afirmou a mãe.

Ela contou que, depois de tudo o que aconteceu, várias pessoas vieram falar que viram a jovem ao celular, jogando de forma insistente o jogo do tigrinho. A mãe acredita que isso pode ter contribuído para seu endividamento. Embora trabalhasse e nunca tivesse relatado problemas financeiros, nas semanas anteriores ao desaparecimento, Gabrielly pediu dinheiro emprestado a pessoas conhecidas da família.

A família desconhecia o vício no jogo. "A gente não sabia que ela tinha essas dívidas. Fomos procurar entender e algumas coisas vieram à tona, como a de que ela estava viciada no jogo do tigrinho, estava devendo para muita gente, inclusive agiotas. Ela sempre foi uma menina trabalhadora, nunca dependeu de ninguém, até surgir esse problema do vício."

Estadão
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