Entenda como detentos conseguiram escapar de penitenciária por buraco na parede no RN
Fugitivos conseguiram sair de penitenciária de segurança máxima pela parede, desceram pelo telhado e cortaram grade de pátio
Dois detentos fugiram da penitenciária de segurança máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte, usando ferramentas e um buraco na parede. Foram necessários mais de três dias para a fuga e a PF investiga se houve facilitação de servidores e operários.
A penitenciária de segurança máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte, foi construída para receber os criminosos mais perigosos do país, porém, revelou fragilidades após dois detentos conseguirem fugir sem ser notados.
Uma reportagem exibida pelo Fantástico, da TV Globo, neste domingo, 18, mostrou o interior das celas, revelando como foi realizada a fuga. Eles fizeram um buraco na parede, desceram pelo telhado e conseguiram cortar a grade de arame do pátio para escapar.
De acordo com a investigação, uma das hipóteses é que os detentos tenham removido pedaços de ferro das paredes e usado como ferramenta para retirar a luminária do banheiro, de uma parede ou debaixo de uma mesa. No entanto, não é possível encontrar vestígios de ferro nesses locais.
Na segunda cela, do segundo fugitivo, foram retirados ainda mais vergalhões debaixo da mesa, segundo o Fantástico mostrou.
Os dois abriram um buraco na parede com ajuda das ferramentas e puderam sair para uma área chamada “shaft”, por onde passam os dutos, rede elétrica e uma escada, que dá acesso ao telhado. Após chegarem ao telhado do presídio, os detentos tiveram que tirar apenas uma telha para conseguirem pular para o pátio.
A área externa passava por obras e tinha tapumes de metal. O cercado delimitava onde ficavam os operários e o material, por questão de segurança. Os detentos usaram um alicate, deixado pelos operários, para cortar a grade, abrindo a passagem para fugir.
A fuga aconteceu por volta das 3h da madrugada de quarta-feira, 14, mas a falta dos detentos só foi constatada duas horas depois.
Caso é investigado
As celas foram analisadas por peritos do Instituto Nacional de Criminalística, e escaneadas por equipamentos sofisticados. As autoridades tentam descobrir quanto tempo levou para que os detentos conseguissem retirar a luminária e abrir o buraco na parede. Estima-se que o processo tenha levado mais de três dias.
Foi confirmado pela perícia que os fugitivos misturaram sabonete e papel higiênico para camuflar os buracos nas paredes, como uma espécie de reboco. O sabonete também foi usado para deixar o buraco da parede escorregadio, facilitando a passagem.
A Polícia Federal apura se houve facilitação de servidores e de operários da obra na fuga.