'Essa ponte tirou um pedaço de mim', diz irmã de vítima de queda de ponte entre MA e TO
Tragédia na Ponte Juscelino Kubitschek, que caiu no dia 22, deixa ao menos 10 mortos
O fim de 2024 trouxe luto para famílias na divisa entre Tocantins e Maranhão, onde a Ponte Juscelino Kubitschek colapsou no último domingo, 22, deixando ao menos 10 mortos. A estrutura, construída em 1960, era um marco da engenharia nacional, mas há anos acumulava sinais de degradação ignorados pelas autoridades.
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O desastre ocorreu entre as cidades de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). No momento do colapso, 10 veículos transitavam sobre o trecho que caiu, de 120 metros de extensão, aproximadamente o tamanho máximo de um campo de futebol. A queda envolveu quatro caminhões, três carros e três motocicletas, totalizando pelo menos 18 pessoas afetadas diretamente.
Equipes de resgate, incluindo bombeiros dos Estados do Maranhão, Tocantins, Pará e a Marinha, realizam buscas em profundidades de até 30 metros. Até agora, 10 mortes foram confirmadas.
Entre os desaparecidos estão pessoas de diferentes idades, incluindo Felipe Giuvannucci Ribeiro, de apenas 10 anos, e Cecília Tavares Rodrigues, de 3.
"Essa ponte tirou um pedaço de mim", desabafou Maria Deusilene em entrevista ao Fantástico, da TV Globo. Ela é irmã de Gessimar Ferreira, de 38 anos, vítima do acidente.
Negligência
O colapso da ponte não foi uma surpresa para quem conhecia sua condição. Um relatório do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), de janeiro de 2020, já apontava fissuras nas colunas e cabos de aço expostos e enferrujados.
Em maio de 2024, uma licitação foi aberta para reparos, mas a empresa vencedora foi considerada inabilitada para o trabalho.
Agora, famílias e especialistas exigem explicações. Enquanto isso, o trecho continua interditado.