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Estudantes de escola cívico-militar cantam versos de ódio em atividade escolar

Diretor e policiais envolvidos foram afastados após repercussão do caso

22 nov 2024 - 16h03
(atualizado às 16h27)
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Alunos foram gravados marchando pela cidade de Paranã, região sul do estado
Alunos foram gravados marchando pela cidade de Paranã, região sul do estado
Foto: Reprodução/Redes sociais

Um vídeo gravado durante uma atividade extracurricular no Colégio Militar Euclides Bezerra Gerais, em Paranã, no Tocantins, gerou indignação ao mostrar estudantes cantando versos que fazem apologia à violência. O episódio ocorreu na quinta-feira, 21, e envolveu alunos do 6º ao 9º ano, conduzidos por um policial militar que liderava o canto enquanto marchavam pelas ruas da cidade.

Nas imagens, os estudantes repetem frases que exaltam ações violentas: "Tu vai lembrar de mim/ Sou taticano maldito/ E vou pegar você/ E se eu não te matar/ Eu vou te prender/ Vou invadir sua mente/ Não vou deixar tu dormir/ E nas infiltrações você vai lembrar de mim."

A marcha, chamada de “corridão”, fazia parte de uma programação especial vinculada à operação Hagnos, conduzida pelas forças de segurança do estado para combater a violência contra crianças e adolescentes. Após a atividade, estava prevista uma palestra educativa sobre o tema.

O caso gerou forte repercussão, levando o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), a determinar, nesta sexta-feira, 22, o afastamento do diretor da escola e dos policiais envolvidos. Em nota oficial, o governo repudiou o episódio, classificando-o como “um caso isolado” que não reflete os valores defendidos pelas escolas cívico-militares do estado.

“A atividade está em total desacordo com os valores de respeito e cidadania que devem ser cultivados no ambiente escolar”, afirmou o governo. Uma comissão de apuração foi instaurada pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc) para investigar as circunstâncias e evitar a repetição de eventos similares.

A Polícia Militar do Tocantins também se pronunciou, destacando que a atividade foi uma ação pontual e não faz parte da rotina diária da unidade escolar. Em nota, a instituição afirmou: "A Polícia Militar já está apurando os fatos com rigor, avaliando a conduta dos policiais militares envolvidos, e informa que serão adotadas as medidas cabíveis, em conformidade com os procedimentos legais e disciplinares previstos no âmbito institucional. Um procedimento investigativo preliminar está em curso para garantir a análise criteriosa da situação."

Fonte: Redação Terra
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