Facção criminosa é alvo de operação do Ministério Público no Rio Grande do Sul
Organização atribuía falsos crimes a policiais e movimentava milhões de reais em esquema ilícito.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), realizou nesta terça-feira (3) a Operação Centauro, com o objetivo de desmantelar uma facção criminosa envolvida em atividades como tráfico de drogas, homicídios, lavagem de dinheiro, porte ilegal de armas e denunciação caluniosa. A ação ocorreu no Norte do Estado e contou com apoio da Brigada Militar (BM) e da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).
Segundo o MPRS, a organização criminosa utilizava integrantes para atribuir falsos crimes e infrações a policiais militares que atuavam no combate ao grupo, especialmente em Ronda Alta. Além das falsas denúncias, o grupo ameaçava policiais e suas famílias com violência e coagia a população local.
Durante a operação, foram cumpridos 14 mandados de prisão e 29 de busca e apreensão em cidades como Ronda Alta, Passo Fundo, Palmeira das Missões e Sarandi. Entre os detidos, nove já estavam no sistema prisional, de onde continuavam a comandar atividades ilícitas. Outros cinco suspeitos foram presos.
Esquema de lavagem de dinheiro
A investigação revelou que a facção possuía um núcleo financeiro dedicado à lavagem de dinheiro e ocultação de bens, movimentando valores de forma fragmentada para dificultar o rastreamento. Uma das contas bancárias investigadas chegou a movimentar R$ 1,9 milhão em apenas quatro meses.
A Justiça determinou o bloqueio de 25 contas bancárias vinculadas à facção, com o sequestro de até R$ 2 milhões por conta. Além disso, mandados judiciais foram cumpridos em três presídios onde operavam líderes da organização, responsáveis por gerenciar a venda de drogas e outros negócios ilícitos.
Falsas denúncias contra policiais
Pelo menos dois policiais militares foram alvos de denúncias fraudulentas, resultando na abertura de processos disciplinares por atos inexistentes. A facção, que mantém uma estrutura hierárquica, opera em diversos núcleos, incluindo o gerenciamento de estabelecimentos comerciais utilizados como fachada para o tráfico de entorpecentes.
O caso segue sob investigação, com o Ministério Público ampliando as apurações para desarticular completamente as operações do grupo.