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Facções criminosas se aproveitam de apostas esportivas para lavagem de dinheiro, diz jornal

PF investiga ligação de bets com facções em Estados brasileiros

23 jun 2024 - 18h09
(atualizado às 18h22)
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Polícia Federal investiga envolvimento de facções com casas de apostas
Polícia Federal investiga envolvimento de facções com casas de apostas
Foto: Estadão / Estadão

O mercado de apostas esportivas virou motivo de disputa entre as facções Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV), além de organizações do jogo do bicho, conforme reportagem do Jornal O Globo. Segundo a publicação, inquéritos no Rio de Janeiro, Ceará e Rondônia indicam o uso da modalidade para maximizar e lavar receitas de atividades ilícitas

As apostas online são legalizadas no Brasil desde 2018 e passam por processo de regulamentação. No ano passado, foi aprovada legislação que prevê taxação e regulamentação da atividade no País.

Investigação

De acordo com a publicação, em abril, a Polícia Federal prendeu Leonardo Alexsander Ribeiro Herbas Camacho, sobrinho, e Francisca Alves da Silva, cunhada de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, uma das lideranças do PCC.

Além das duas prisões, segundo a PF ao O Globo, a suspeita de ligação do PCC com as casas de apostas foi reforçada depois que, em abordagem policial, Leonardo foi encontrado no carro de Henrique Abraão Gonçalves da Silva, filho de Cintia Chaves Gonçalves, uma das gestoras da Loteria Fort. Na ocasião, o sobrinho de Marcola falou que era funcionário de Henrique.

O delegado da Polícia Federal Igor Cesar Conti Almeida escreveu em inquérito da existência de “robustos indícios, também, da prática de lavagem de dinheiro de forma ilícita” por meio das plataformas. Embora não tenha informado a quantia lavada, as autoridades mapearam R$ 301 milhões movimentados nas contas de mais de 20 investigados. 

Essa possível ligação com casas de apostas também pode estar sendo motivo de disputas entre facções criminosas no Ceará. Em 2021, lideranças do CV chegaram a impedir a atuação da Loteria Fort e Fourbet em seus territórios. A disputa motivou incêndios de casas de apostas no Estado, de acordo com o Ministério Público.

No Rio de Janeiro, as bets também viraram alvo de bicheiros. Segundo o O Globo, o MP encontrou emails de um funcionário de Rogério de Andrade revelando que o grupo planejava a criação de um site de apostas fora do Brasil. 

Em Rondônia, a investigação indicou que Leandro Blumer, responsável pela Rondo Esportes, lavava valores oriundos de remessas de maconha e cocaína para o CV. Foi apontado que o dinheiro entrava no site e depois saia em forma de prêmio aos integrantes da quadrilha. 

Defesas

Ao jornal O Globo, a defesa de Leonardo informou que ele esteja “envolvido em qualquer atividade ilegal”. A defesa de Francisca  destacou que ela “não possui nem jamais possuiu qualquer tipo de relação com quaisquer casas de apostas”.

O advogado de Cintia afirmou que a Loteria Fort atua na legalidade e “não tem qualquer relação com a Fourbet” ou facções. Por outro lado, a defesa de Henrique não quis comentar o caso. 

A defesa de Rogério Andrade também não quis comentar o caso. Mas o jornal O Globo constatou que, em processos que responde, ele nega todas as acusações feitas pelo MPRJ.

Por fim, a defesa de Leandro Blumer garantiu que há “perfeita lisura das atividades” da Rondo Esportes e afirmou que a denúncia é “equivocada e fruto do natural desconhecimento” sobre o mercado de apostas.

Fonte: Redação Terra
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