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Família afirma que mototaxista foi baleado pela PM em ponto de trabalho no litoral de SP

Mototaxista segue internado; gestão Tarcísio de Freitas anunciou o fim da Operação Escudo nesta terça, após a PM matar 28 pessoas

6 set 2023 - 16h23
(atualizado às 16h30)
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Mototaxista Evandro Alves da Silva
Mototaxista Evandro Alves da Silva
Foto: Arquivo Pessoal

A família do mototaxista Evandro Alves da Silva, de 43 anos, denuncia que ele levou tiros à queima-roupa de policiais militares em um escritório recém-alugado pelos motoboys do Morro José Menino, em Santos, no litoral de São Paulo. Os PMs alegaram no registro da ocorrência que ele estava armado, o que é negado pelos familiares e por moradores da comunidade. Evandro segue internado após ser baleado no último dia 30.

O caso teria ocorrido durante a Operação Escudo, desencadeada após a morte do soldado Patrick Reis, das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota). Desde o início da ação, em 28 de julho, a Polícia Militar matou 28 pessoas no litoral paulista. Há denúncias de execuções e violência policial. A gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou nesta terça-feira, 5, o fim da operação na Baixada Santista.

Em entrevista ao Terra, a esposa do motoxista relata que naquele dia o marido havia sido para trabalhar, quando, mais tarde, recebeu uma ligação de um dos motoboys dizendo que a polícia tinha atingido ele no peito.

"Eles me disseram que a polícia havia entrado na sala de apoio deles e que ele havia sido alvejado", afirma. Segundo ela, apesar do que alegam os PMs, o esposo não tinha arma de fogo. "Um fato curioso é que dois dias antes a Baep teria ido lá, entrado lá, estava meu marido inclusive e outro motoboy. Eles [PMs] tiraram fotos dos RGs deles, e foram embora, porque tinha bastante gente no local até na hora. Meu marido até relatou que tinha antecedente, mas que estava lá trabalhando". 

Ainda de acordo com a esposa, Evandro foi socorrido ao hospital e segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). "Meu marido tem antecedentes, mas faz dois anos que ele cumpre pena em regime aberto, sempre assinando no Fórum, e desde então estava trabalhando. Ele estava focando em reconstruir a vida dele, nós temos filhos". 

Segundo ela, o local em que Evandro foi alvejado era usado pelos motoboys para ir ao banheiro, se alimentar e também para períodos de descanso.

"Eu não sou contra a polícia, sou contra os maus policiais. Eu não sou contra a Operação Escudo, mas sim contra a forma com que foi realizada. Então espero que a Corregedoria, o Ministério Público, esclareçam os fatos e que seja cobrado desses policiais o que realmente aconteceu. Forjaram uma arma ao meu marido, então quem são os bandidos? Eu não vou me calar e vou buscar por justiça". 

Nas redes sociais, moradores do Morro José Menino também saíram em defesa de Evandro e alegaram que ele era trabalhador. Eles também participaram de um protesto no dia em que ele foi alvejado. Na data, a população segurava cartazes com dizeres como:"Polícia (Baep) atira em trabalhador [sic]". Na ocasião, moradores foram atingidos por bombas de gás lacrimogêneo por policiais militares.

O que diz a Secretaria de Segurança Pública

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirma que por determinação da pasta, todas as ocorrências de morte durante a Operação Escudo são investigadas pela DEIC de Santos e pela Polícia Militar, por meio de inquérito policial militar.

"Todo conjunto probatório apurado no curso das investigações, incluindo as imagens das câmeras corporais, está sendo compartilhado com o Ministério Público e o Poder Judiciário", alega a SSP.

Sobre a ocorrência envolvendo Evandro, a Secretaria de Segurança afirma que: "o homem citado foi ferido após reagir a uma abordagem policial, ocorrida na manhã da quarta-feira (30), no Morro José Menino, em Santos. Na ocasião, policiais militares do 5° Batalhão de Ações Especiais (BAEP) realizavam patrulhamento na região, quando ouviram indivíduos correndo para dentro de uma viela. O suspeito apontava uma pistola em direção a equipe policial, que deu ordem de parada, mas o homem não obedeceu e os policiais intervieram. Com ele foi encontrado uma pistola Glock".

Ainda segundo a SSP, o mototaxista foi socorrido à Santa Casa. "A arma foi apreendida, juntamente com as dos PMs envolvidos na ação", alega.

Fonte: Redação Terra
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