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Família de bebê que depende de aparelho para respirar tem energia cortada após não pagar conta

Sem energia em casa, família teve que pedir ajuda a parentes para que a criança não fosse prejudicada pela falta do aparelho

31 jul 2024 - 00h06
(atualizado às 15h30)
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Família de bebê que depende de aparelho para respirar tem energia cortada após não pagar conta
Família de bebê que depende de aparelho para respirar tem energia cortada após não pagar conta
Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

A família de um bebê de 1 ano e meio, que nasceu com múltiplas malformações, está desesperada para conseguir religar a energia da casa deles, no bairro Paraíso, na zona sul de São Paulo. Angélica Cardoso da Silva, mãe do menino, conta que a criança depende de um aparelho elétrico que precisa ser utilizado várias vezes ao dia para desobstruir o tubo que auxilia na respiração. 

“Ele precisa usar um aparelho de oxigênio ligado na tomada, que chama concentrador. Esse concentrador, ele puxa, ele fica 24 horas por dia nele, e ele puxa muita energia”, explica a mãe ao Terra. 

Ela diz que o fornecimento de energia foi cortado na tarde desta terça-feira, 30, porque a família não teve como pagar a conta. A mãe detalha que tentou conversar com os agentes da Enel, concessionária de energia, mas fala que os funcionários cortaram o fornecimento mesmo assim e até levaram o relógio. 

Sem energia em casa, ela, o marido e os cinco filhos precisaram ir até a casa da mãe de Angélica, para que a criança não fosse prejudicada pela falta do aparelho. 

“Eu não tinha pra onde ir. Mas assim, a situação dele já é difícil, né? Porque a gente tem outros milhares de problemas com ele mediante a insumos que a gente precisa”, lamenta Angélica. 

A mãe detalha que tentou conversar com os agentes da Enel, concessionária responsável pelo fornecimento, mas que os funcionários foram duros e cortaram o fornecimento mesmo assim e até levaram o relógio.
A mãe detalha que tentou conversar com os agentes da Enel, concessionária responsável pelo fornecimento, mas que os funcionários foram duros e cortaram o fornecimento mesmo assim e até levaram o relógio.
Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Angélica relata que o drama da família começou após a casa pegar fogo, em 2021, antes do nascimento da criança. Na tentativa de reerguer o imóvel, as dívidas se acumularam. “Quando a minha casa pegou fogo, ficamos mais ou menos quatro meses fora de casa, até se restabelecer. Eles condenaram a parte de cima, onde era o quarto. Com a ajuda da vizinhança, conseguimos retomar. E ai, foi religado a energia. A conta já estava vindo R$ 200. Aí, passaram os meses, aí foi ficando R$ 300, aumentando, aumentando”, conta. 

Ela diz que, após notar o problema, procurou a empresa de energia, que afirmou que iria enviar um técnico, que nunca chegou a ir. Depois que engravidou da criança, ficou desempregada e até conseguiu negociar um acordo, mas, somadas com a fatura mensal, as cobranças vinham acima de R$ 500, em alguns meses, valor que a família que não conseguia pagar. 

“Fiz esse acordo com eles, porém, as contas, que, além do acordo, era a conta do mesmo jeito, o valor é alto do mesmo jeito. E aí, tipo, virou uma bola de neve, sabe? E eu não dei conta de pagar. Aí, foi ficando nessa situação. Até que meu bebê nasceu, em janeiro de 2023”, explica. 

Segundo ela, devido às condições da criança, as idas ao hospital se tornaram constantes, dificultando dar prioridades para outros assuntos. A médica do bebê sugeriu que ela pedisse a diminuição do valor da conta de energia, mas Angélica não conseguiu o benefício. 

“Eu peguei o laudo que ela me deu e esses papéis, retornei novamente lá, com toda essa documentação. A moça que me atendeu disse para mim que ela ia mandar, mas [que] ela já sabia que eles não iam aceitar porque eu já tinha um acordo. E como eu já tinha quebrado um acordo, eu só poderia pagar tudo à vista. Eu falei para ela que eu não tinha como pagar o valor total daquele tanto à vista. Eu não tinha como fazer isso. Eu estava passando por toda essa situação com o meu filho”, conta Angélica. 

A dona de casa conta que, a princípio, não recebeu nenhum aviso sobre o corte, mas diz que funcionários chegaram a ir até a casa da família algumas vezes para fazer o corte. “Alguns funcionários deles [da Enel] que vinham, eu mostrava o laudo, mostrava o meu filho, que ficava no concentrador e eles pegavam, tiravam a foto e iam embora”, explica. 

Apesar da necessidade do bebê, Angélica conta que ela e o marido,  Maurício Pereira, evitaram ao máximo recorrer à Justiça. Ela explica que tentou conversar buscando uma nova forma de quitar e que até abriu um chamado no site Reclame Aqui, plataforma de reputação, mas nada resolveu. 

Criança depende de um aparelho ligado à tomada que precisa ser utilizado várias vezes ao dia para desobstruir tubo que auxilia na respiração.
Criança depende de um aparelho ligado à tomada que precisa ser utilizado várias vezes ao dia para desobstruir tubo que auxilia na respiração.
Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Desespero

Angélica se diz desesperada e sem saber o que fazer. “Falei para ele assim, moço, por favor, eu estou com o meu filho, se você quiser entrar lá dentro, ver o meu filho, onde ele está, o concentrador é ligado. Se você desligar a minha energia, o meu filho pode vir a óbito”, relata. 

“Meus vizinhos começaram a ver o meu desespero, começaram a gritar, falando que aqui tinha uma criança deficiente, nessa situação. E assim foi”, lamenta. 

A família ressalta que deseja apenas que a energia seja religada, pois a criança precisa usar constantemente o aparelho. “Fica totalmente constrangido porque eles vêm na nossa porta mediante vizinhos e tudo, né? Além disso, e com a situação do meu marido, porque além dele usar esse concentrador, ele usa um outro aparelho pra fazer aspirações na traqueostomia dele, que ele usa tráqueo e gás”, explica. 

“Eu fico totalmente chateada porque eu não tenho condições de pagar porque também não tenho condições de trabalhar e fico muito chateada da empresa não compreender o meu lado. Eu sei que tem casos e casos, né? Mas assim, eu nunca fui ilegal, né? Pra eles não tentarem entrar num acordo comigo. A situação do concentrador não é uma escolha minha, é um aparelho que puxa muita energia”, diz Angélica. 

O que diz a Enel

Em nota, a Enel Distribuição São Paulo informou que já entrou em contato com a cliente e que a religação do serviço está como prioridade no atendimento. Veja a nota na íntegra:  

A Enel Distribuição São Paulo informa que entrou em contato com a cliente e esclareceu sobre a documentação necessária para que seja realizado o cadastro junto à distribuidora como cliente que depende de aparelho elétrico para sobreviver. A religação da unidade consumidora já está em campo com priorização no atendimento.

Reforçamos que todos os clientes dependentes de aparelhos elétricos precisam efetuar o cadastro. A documentação necessária pode ser consultada pelo site https://www.enel.com.br/pt-saopaulo/Para_Voce/cadastro-de-clientes-vitais.html e enviada para o e-mail cadastrosobrevida@enel.com para análise da companhia.

Fonte: Redação Terra
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