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Família de vítimas em Borborema recebem ajuda de Santa Maria

30 out 2014 - 13h47
(atualizado às 13h51)
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Amigos e familiares se despediram dos jovens e professores mortos no acidente
Amigos e familiares se despediram dos jovens e professores mortos no acidente
Foto: Talita Zaparolli / Especial para Terra

Muitos moradores de Borborema, no interior de São Paulo, ainda estão em luto pela morte de 13 pessoas em um trágico acidente, ocorrido na noite da última segunda-feira. Onze morreram na hora e outras duas na noite desta quarta-feira em um hospital de Bauru (SP). Para ajudar as famílias e os alunos que sobreviveram a superarem o trauma, psicólogos da Prefeitura e da Diretoria Regional de Ensino de Taquaritinga, pela qual a escola é supervisionada, desenvolvem um trabalho de acompanhamento psicológico que conta, inclusive, com a ajuda da prefeitura de Santa Maria (RS), palco da tragédia da boate Kiss, que matou 242 pessoas.

A psicóloga da rede municipal de Borborema, Fabiana Cortez, comenta que ligou na prefeitura da cidade gaúcha e recebeu orientações de colegas de profissão que atuaram no desastre sobre a melhor forma de agir em casos como este. Ela explica que o luto tem várias fases como o choque ao receber a notícia do acidente, a realidade após o fato, a ausência e a saudade. “Cada pessoa reage de uma forma. A religiosidade, por exemplo, ajuda e muito. A maioria das pessoas acredita em vida após a morte e que os familiares estão bem no paraíso. Isso acaba confortando as famílias”, disse.

Camila Zutin Ganzarolli, também psicóloga do município, explica que o trauma pode demorar muito tempo para ser superado. “A gente trabalha com pelo menos seis meses. Aqueles que evitam vivenciar o luto, podem sucumbir à depressão e até desenvolver doenças psicossomáticas como diabetes, hipertensão e até câncer”, explica. 

Por isso, a partir da próxima segunda-feira psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros e agentes do Programa de Saúde da Família irão visitar as casas das famílias vitimadas para levantas as necessidades de cada uma. “A gente acredita em um luto social, porque a cidade toda está em luto. Mesmo quem não tinha ligação com essas famílias”, completou. O serviço também estará disponível aos demais moradores da cidade. 

Um memorial para homenagear os alunos mortos no acidente está entre as atividades que serão desenvolvidas com os adolescentes, que só vão retornar à escola na próxima segunda-feira. De acordo com a supervisora de ensino da rede municipal da cidade, Valdirene Martins Carvalho, que estava com o grupo na excursão à capital Paulista, há familiares ainda muito abalados pelo que aconteceu.

“No velório mesmo percebemos situações de risco, casos de não aceitação. Por isso é necessário esse trabalho com eles. Imagine para um aluno entrar na sala e ver a carteira do amigo vazia, ou durante o intervalo não ver o colega. Isso pode causar reações”, comentou.

A dirigente regional de ensino de Taquaritinga, Leda Zanardi Miguel, afirma que um grupo de 15 profissionais, entre eles professores com formação em psicologia vão trabalhar no acolhimento aos alunos no retorno à escola.

“Ainda estamos organizando todas as atividades, mas serão feitas dinâmicas em grupo para que os alunos possam falar sobre o acidente e as perdas que sofreram. Eles vão ter que viver esse luto porque ele existe. Isso será feito para que eles voltem, aos poucos à rotina, porque a vida segue”, disse. Sem aulas desde o dia do acidente, Leda explica que os conteúdos que não foram ministrados serão repostos futuramente pelos professores.

Tragédia

A colisão entre o ônibus de estudantes e uma carreta tanque foi na rodovia deputado Lêonidas Pacheco Ferreira (SP-304), em Ibitinga, na noite da última segunda-feira. Os jovens voltavam da capital paulista após uma excursão cultural. Duas pessoas continuam internadas. A estudante Letícia da Silva Pinto, 17 anos, está na UTI da Santa Casa de Ibitinga, mas o quadro de saúde melhorou e ela será levada para um quarto ainda nesta quinta-feira. Não há previsão de alta.

E o motorista da carreta envolvida no acidente, Leandro Sanches Basalea, continua internado em uma ala específica para o tratamento de queimados no hospital Padre Albino em Catanduva (SP). Ele não autoriza a instituição a divulgar informações sobre o estado de saúde.

Acidente entre ônibus e caminhão mata estudantes em Ibitinga:

Fonte: Especial para Terra
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