Família e amigos se despedem de vítima fatal de ataque em escola de SP
Estudante de 16 anos cometeu ataque a tiros na Escola Estadual Sapopemba; jovem de 17 anos morreu após ser atingida na cabeça
Com comoção, familiares e amigos da estudante de 17 anos que morreu no ataque a Escola Estadual Sapopemba, na Zona Leste de São Paulo, nesta segunda-feira, 23, se reuniram para prestar as últimas homenagens a jovem. Ela foi atingida na cabeça por um disparo de arma de fogo feito por um estudante de 16 anos dentro da instituição de ensino.
O velório em São Paulo foi tomado pelas famílias de outros alunos da escola e colegas da jovem. Além dos familiares, a emoção foi grande entre os adolescentes, amigos da estudante, que estava no terceiro ano do Ensino Médio. Segundo relatos, ela era bastante conhecida na escola.
Além da jovem, outros dois alunos foram atingidos pelos disparos da arma de fogo. Todos foram socorridos e levados a um hospital da região, mas ela não resistiu aos ferimentos. As outras vítimas estão estáveis e passam bem. Uma quarta vítima teve ferimentos leves ao tentar fugir do atirador.
“Nem parece [que ela está morta]. Parece que está dormindo”, disse uma vizinha, que não quis revelar sua identidade.
Quem mora perto da escola também contou como ficou sabendo do ataque. “Ficamos sabendo pela manhã. As viaturas passaram perto da nossa casa, vimos os helicópteros.”
Mais cedo, em uma coletiva de imprensa, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) lamentou a morte da jovem. "Estava terminando o ciclo escolar, com seus sonhos, prestes a encarar o vestibular, de dar o próximo passo na sua formação", acrescentou. De acordo com o governador, as informações preliminares apontam que a vítima não tinha relação com o atirador. Ela foi a primeira pessoa vista pelo jovem e acabou sendo atingida.
O ataque
O ataque aconteceu na manhã desta segunda-feira, por volta das 7h30. O atirador, de 16 anos, é aluno da escola e foi detido. Ele deu a arma para a coordenadora após o ataque e se entregou à Polícia.
Em coletiva, ao lado do secretário de Educação do Estado, Renato Feder, o governador afirmou que a escola sempre foi reconhecida pela sua qualidade de ensino. "Nós estamos extremamente consternados com mais uma ocorrência de violência na escola. Uma boa escola, com 1800 alunos, que tem muita procura, que tem fila. Uma escola que a gente sempre espera que as crianças venham para cá para aprender, para desenvolver habilidades, competências, para conviver com os amigos, para ter boas lembranças e infelizmente acontece uma tragédia dessas", lamentou.
O governador apontou ainda que esse é o momento do governo refletir sobre a efetividade da série de medidas para ampliar o acolhimento psicológico e ações de prevenção à violência no ambiente escolar colocadas em prática desde a ocorrência de março, quando houve o ataque à faca na Escola Estadual Thomazia Montoro, na zona Oeste da capital.
*Com colaboração de Gabriella Reis e Marcela Coelho
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