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Fim da greve no Metrô: categoria vota e aceita proposta do Governo de SP

Com votação apertada, funcionários do Metrô retomam aos postos de trabalho

24 mar 2023 - 09h55
(atualizado às 10h15)
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Greve do Metrô provocou caos no transporte em São Paulo
Greve do Metrô provocou caos no transporte em São Paulo
Foto: Roberto Costa/Código19 / Estadão

A greve no Metrô de São Paulo terminou nesta sexta-feira, 24. Após votação de trabalhadores da categoria, por meio do Sindicato dos Metroviários, eles decidiram aceitar a proposta do Governo de São Paulo. Os funcionários estão sendo orientados a voltarem aos seus postos de trabalho imediatamente. 

Em live transmitida no Facebook, a presidente dos Metroviários, Camila Lisboa, afirmou que foi uma votação apertada. Com mais de 3 mil funcionários votantes, a decisão foi definida por uma diferença de 21 votos. O resultado foi divulgado por volta de 9h30.

"Metade da votação não queria encerrar a greve por causa de indignação justa pelas difíceis condições de trabalho, por todo desrespeito que a categoria vem sofrendo nos últimos anos e por causa, também, da mentira e da 'gasolina' na fogueira que o governador Tarcisio jogou quando mentiu sobre a liberação das catracas", frisou. 

Veja a decisão na íntegra:

A proposta aceita foi apresentada pela Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) na madrugada desta sexta, pedindo para que os funcionários terminassem a greve e retornassem aos postos de trabalho. O Governo prometeu contemplar o pagamento em abril de abono salarial no valor de R$ 2 mil e instituir um Programa de Participação nos Resultados de 2023, a ser pago em 2024. 

Em nota obtida pelo Terra, o Metrô confirmou o aceite do sindicato e afirmou que retomará as operações em sua totalidade, com a volta de 100% do efetivo às atividades.

Entenda a greve

Desde 0h de quinta-feira, 23, teve início a greve dos metroviários com paralisação das linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata (monotrilho) da Companhia do Metropolitano do Estado de São Paulo (Metrô). A paralisação causou transtornos na capital paulista, com congestionamento recorde, além de estações e pontos de ônibus lotados.

Os metroviários exigem o fim da privatizações e terceirizações do serviço de transporte por parte do governo; o aumento de contratações por concurso público de novos servidores para ampliação do quadro de funcionários; e o pagamento do abono em troca da participação dos Resultados e Lucros (PRL) que, segundo o sindicato, não foi repassado aos trabalhadores entre os anos de 2020 e 2022.

Na tarde de quinta, a Justiça determinou que os funcionários do Metrô retornassem imediatamente a seus postos de trabalho, sob pena de multa de R$ 500 mil por dia para o Sindicato dos Metroviários. No entanto, representantes da greve não aceitaram a decisão por ir contra ao acordo de liberação das catracas, e a paralisação foi mantida.

Por meio do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) foi determinado o funcionamento de 80% do serviço do efetivo do metrô nos horários de pico, entre 6h e 10h e das 16h às 20h, e com 60% nos demais horários, durante todo o período de paralisação.

Usuários caminham na transferência entre a linha 1-Azul do metrô e a CPTM, onde os trens fazem ligação com a zona leste de São Paulo.
Usuários caminham na transferência entre a linha 1-Azul do metrô e a CPTM, onde os trens fazem ligação com a zona leste de São Paulo.
Foto: TABA BENEDICTO / ESTADAO / Estadão

Após divulgação da liminar, representantes da greve acusaram o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) de "golpe na imprensa, nos metroviários e na população".

Isso porque, durante a manhã do primeiro dia da greve, o Governo do Estado divulgou a liberação total das catracas das estações, com entrada gratuita, aceitando o acordo proposto pelo Sindicato dos Metroviários. Cerca de 3h depois, a Justiça determinou a liminar perante multa por solicitação do Metrô.

A justificativa do Governo foi de que, apesar do acordo da liberação das catracas, o sindicato manteve a paralisação. O acordo inicial estava condicionado ao retorno total e imediato dos empregados de operação e manutenção. Em nota, a companhia ressaltou que a medida poderia gerar prejuízo, dificultando ainda a saúde financeira da empresa. 

Porém, o sindicato divulgou que os trabalhadores foram instruídos a retornarem a seus postos de trabalho, mas que, mesmo assim, o transporte seguiu paralisado porque as estações e as catracas não foram liberadas. 

"Ao mesmo tempo em que ele [Tarcísio] teve uma linha com a imprensa e uma linha para a categoria, ele acionou a Justiça e fez um pedido de mandado de segurança para cancelar a liberação das catracas. O governo Tarcísio mentiu para a população de São Paulo", diz uma das representantes, em live.

Fonte: Redação Terra
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