Flordelis diz que sabia de plano para matar marido, mas nega participação
Deputada admitiu pela primeira vez conhecer ideia de assassinar pastor
RIO - A deputada federal Flordelis (PSD-RJ) participou de audiência no Fórum de Niteroi nesta sexta-feira, 18, e admitiu pela primeira vez que sabia da existência de um plano para assassinar o marido, o pastor Anderson do Carmo. A parlamentar, contudo, negou mais uma vez qualquer participação no crime.
A pastora declarou que um dos filhos adotivos, Lucas dos Santos, um dos que estão presos acusados pelo assassinato, mostrou uma mensagem de celular em que havia um pedido para que ele matasse Anderson. A mensagem havia sido enviada do próprio celular de Flordelis. Ela, contudo, alega que o texto fora escrito por uma de suas filhas afetivas, Marzy, que também está presa.
Ainda segundo a versão de Flordelis, ela chegou a mostrar a mensagem para o marido. "Pedi para ir a uma delegacia. Ele sentou comigo e falou que ele resolveria, pois não queria exposição com o nome dele", disse a deputada na audiência desta sexta-feira, de acordo com o jornal Extra. Segundo ela, Anderson de fato conversou com Marzy. A filha adotiva, por sua vez, teria dito que escreveu aquilo por estar com raiva dele.
"Matar meu marido seria destruir minha própria vida. Depois de Deus e de minha mãe, ele era a pessoa mais importante da minha vida. Matá-lo foi quebrar minhas pernas, meus braços. Quem fez isso, quero que seja encontrado. Faço um apelo ao Ministério Público. Que encontre os culpados. Não mataram só meu marido. Parte de mim também morre", defendeu-se a deputada.
Esta é a quinta audiência do caso. Ao todo, dez pessoas deverão ser ouvidas, mas a tendência é que alguns dos depoimentos fiquem para a próxima semana.
Flordelis, também pastora evangélica e cantora gospel, é considerada pela Polícia Civil do Rio a mandante do assassinato do próprio marido e foi denunciada pelo Ministério Público do Rio (MP-RJ) por quatro crimes consumados e um tentado: homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio duplamente qualificado, associação criminosa, uso de documento falso e falsidade ideológica. Com imunidade parlamentar, ela não foi presa. Sete filhos e uma neta de Flordelis, também denunciados pelos crimes, estão presos. Ao todo, 11 réus respondem por envolvimento na morte de Anderson do Carmo.