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Mourão: Forças Armadas estão sujeitas ao consumo e tráfico

Sargento embarcaria no voo de volta do presidente; ele tinha 39 quilos de cocaína

26 jun 2019 - 13h29
(atualizado às 13h33)
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O vice-presidente da República, Hamilton Mourão
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil - 24/4/2019 / Estadão Conteúdo

O presidente da República em exercício, Hamilton Mourão, disse nesta quarta-feira, 26, que as "Forças Armadas estão sujeitas ao consumo e ao tráfico". A afirmação foi feita quando questionado sobre a prisão, na Espanha, de um sargento da Aeronáutica com drogas, nesta terça-feira, 25. O sargento estava na tripulação que embarcaria no voo do presidente Jair Bolsonaro, na volta do Japão.

O episódio, que criou desconforto ao Palácio do Planalto, levou o governo brasileiro a mudar a escala do presidente de Sevilha para Lisboa. Segundo o Diario de Sevilla, a polícia local informou ter encontrado 39 quilos de cocaína, divididos em 37 tabletes.

Em seu Twitter, Bolsonaro disse ter determinado ao ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, "imediata colaboração com a polícia espanhola, na pronta elucidação dos fatos, cooperando em todas as fases da investigação, bem como instauração de Inquérito Policial-Militar".

Ainda segundo ele, caso seja comprovado o envolvimento do militar no crime, o sargento será" julgado e condenado na forma da lei". O fato de Bolsonaro ter se pronunciado sobre o caso preocupou assessores presidenciais, cuja avaliação é de que o presidente levou o problema para "o seu colo", quando o assunto era tratado longe do Planalto.

O sargento preso embarcou em Brasília, no avião reserva da Presidência, o Embraer 190, do Grupo de Transportes Especiais, da Força Aérea, e que transportava três tripulações de militares para a missão presidencial. A primeira equipe de tripulação, que inclui piloto e copiloto, assumiram o voo de Bolsonaro e sua equipe, em Lisboa, no Airbus 319, chamado de AeroLula, para cumprir o segundo trecho da viagem, até Osaka.

O militar preso, sargento de carreira, não integrava esse grupo. Ele pertence à segunda equipe de tripulação, que presta serviço no avião reserva. O militar preso não trabalha na Presidência da República, mas na FAB, e no avião exerce a função de comissário de bordo.

Segundo o Estado apurou, depois de feitas as inspeções em todas as bagagens em Sevilha e verificado que o problema era localizado, os militares que assumiram o trabalho técnico nos aviões presidencial e reserva, em Lisboa, foram liberados.

Planalto e Defesa não informaram o tipo e a quantidade de droga encontrados na mala do sargento. Em nota, a Defesa e a Força Aérea Brasileira disseram repudiar atos dessa natureza e também que darão prioridade à elucidação do caso e aplicação dos regulamentos cabíveis.

Estadão
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