Fortes chuvas deixam 64 cidades do Maranhão em emergência
Mais de 7,7 mil famílias estão desabrigadas e desalojadas; Lula sobrevoou áreas atingidas e reuniu-se com autoridades locais neste domingo.
As fortes chuvas que vêm caindo sobre o Maranhão nas últimas semanas já deixaram pelo menos 7,7 mil famílias desabrigadas e desalojadas e afetaram mais de 35 mil famílias. Em 64 municípios do estado, foi decretado estado de emergência.
Neste domingo (09/04), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobrevoou áreas afetadas na cidade de Trizidela do Vale, uma das mais prejudicadas pelas chuvas, e depois visitou o bairro de Bacabal e reuniu-se com prefeitos e autoridades locais.
Lula foi ao Maranhão acompanhado dos ministros Flávio Dino (Justiça), que é ex-governador do estado, Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Paulo Pimenta (Comunicação Social), Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) e Luiz Marinho (Trabalho).
É a primeira visita de Lula ao Maranhão desde o início de seu atual mandato, e a primeira viagem oficial do presidente desde que teve uma pneumonia.
O estado vem registrando fortes chuvas desde março, que se intensificaram nos últimos dias, provocando transbordamento de rios, inundações e deslizamentos de terra.
Góes afirmou que o governo federal está participando dos planos de ajuda humanitária aos afetados e na reconstrução de equipamentos de infraestutura danificados pelas enchentes e deslizamentos. A Defesa Civil do Maranhão e a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social também atuam no apoio às vítimas.
Cidades sob água
A cidade de Alto Alegre do Pindaré, a 219 quilômetros de São Luiz, ficou isolada e debaixo d'água, forçando os moradores a usarem canoas para se locomover pelas ruas. A cidade de Pinheiro, a 333 quilômetros da capital maranhense, também ficou completamente isolada devido à cheia do rio Pericumã.
Em Presidente Juscelino, a 90 quilômetros da capital, o rio Munim subiu mais de sete metros e inundou diversos bairros, segundo informações do portal G1. A rodovia MA-119, no oeste do estado, também foi interditada devido ao transbordamento do rio Zitíua.
Na cidade de Buriticupu, a 395 quilômetros de São Luís, os deslizamento abriram fendas que chegam a 600 metros de extensão e 70 de profundidade, em um fenômeno geológico conhecido como voçorocas.
Em São Luís, 70 áreas de risco em encostas e próximas de cursos d'água estão sendo monitoradas, e diversas famílias foram orientadas a deixarem suas residências.
Lula: "ajudar às vítimas" e "agradecer à Deus"
Depois de sobrevoar áreas atingidas, Lula afirmou que é necessário "cuidar das pessoas" afetadas, mas também "agradecer à Deus" pela chuva.
"A gente às vezes fica chateado, mas temos que agradecer à Deus a chuva porque muitas vezes o Brasil está precisando de chuva. Esse ano não vamos ter problema de energia porque todos os nossos lagos e hidrelétricas estão cheios. E eu acho que temos que cuidar das pessoas que foram vítimas", disse o presidente.
Lula também afirmou ser necessário "convencer as pessoas" a não construírem casas em locais com risco de enchentes. "Essas coisas são coisas que precisamos aprender, primeiro a tentar convencer essas pessoas que num processo de construção de novas casa, não é possível construir novas casas no mesmo lugar das casas que enchiam", disse.
"Está aqui o ministro das Cidades me ouvindo, no projeto de construção das novas casas, precisamos convencer as pessoas que não é possível construir casa nos lugares que a gente sabe que vai ter enchente. Quando a gente mora perto do rio não tem jeito, a gente vai sofrer enchente quando a chuva for demais", afirmou o presidente.
bl (ots)